Em missa presidida neste sábado, 16, arcebispo de BH destacou o testemunho da Serva de Deus
Da redação
A Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) celebrou, neste sábado, 16, o 40º aniversário de falecimento da Serva de Deus Benigna Victima de Jesus. A missa aconteceu na Catedral Cristo Rei – que está em construção e é a “igreja mãe” da Arquidiocese – às 10h.
O presidente da celebração foi o arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
“Hoje, reverenciamos o dom da vida da Irmã Benigna, sobretudo a vida dela plenificada ao entrar no Reino dos Céus”, disse o prelado no início de sua homilia. De acordo com o arcebispo, ao celebrar a Serva de Deus e rezar pedindo sua beatificação, é preciso frisar duas coisas: a consolação e o testemunho.
Consolação e Testemunho
Segundo Dom Walmor, a consolação surge da certeza de que os fiéis podem contar com uma intercessora. “Os santos intercedem por nós na presença de Deus. Consola-nos o amparo de saber que Irmã Benigna é nossa intercessora”, ressaltou.
Ao falar sobre o testemunho, o prelado frisou que ele é uma interpelação, um desafio. Se a consolação vem da certeza da intercessão, a interpelação, de acordo com o bispo, vem do testemunho.
“A devoção à serva de Deus coloca a Igreja toda diante do desafio de dar testemunho. O testemunho de Irmã Benigna é algo atual. É marcado por uma expressão bonita, simples e desafiadora do Papa Francisco: ‘Igreja em saída’”.
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Missionária de verdade
O arcebispo de BH recordou que Irmã Benigna vivia na rua, “não batendo perna”, mas “gastando a sola do sapato”, indo ao encontro dos que precisavam.
“Uma mulher negra e exemplar. É uma missionária de verdade”, defendeu. Para Dom Walmor, a religiosa é o que a Igreja mais precisa. “Ela traz o desafio enorme da força do testemunho de ir ao encontro para despertar o desejo do amor de Deus.”
O prelado apontou que hoje muitos corações estão distanciados do amor de Deus, por isso a necessidade de uma Igreja que “vai de casa em casa”, de uma Igreja em saída.
“Nossa Igreja precisa de modelos de discípulos e discípulas como Irmã Benigna para produzir uma grande reação missionária”, declarou o bispo.
Dom Walmor citou a desigualdade social, a violência, o ódio pelos extremismos como realidades que não são cristãs. Para ele, os cristãos brasileiros precisam lutar contra esses males.
Sínodo
Neste final de semana, as dioceses de todo mundo realizam a abertura da fase diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade. Esta é a primeira das três fases que culminarão na assembleia em Roma em 2023.
O início do Sínodo foi então destacado pelo arcebispo de BH. Segundo o prelado, este Sínodo é sobre uma Igreja em que todos caminham juntos. A partir disso, Dom Walmor convidou os fiéis a olharem para Irmã Benigna e aceitarem os desafios que ela interpela:
“Fazer o que tem que fazer, cuidar do que tem que cuidar e ser uma Igreja em saída.”
Confiança em Deus
Dom Walmor citou a confiança em Deus como importante para os cristãos. “A nossa fragilidade humana precisa da lei para não nos deixar perder o rumo, mas como filhos e filhas de um Deus que é amor precisamos mais do que da lei, precisamos de uma justificação que vem de uma confiança em Deus”.
“Temos diante de nós uma Igreja de tantos santos e santas, além do testemunho benigno de Irmã Benigna. Ela nos chama atenção para cuidarmos do nosso testemunho. Cuidar do testemunho é cuidar da coragem de ir ao encontro, sair da zona de conforto, encontrar quem precisa da nossa presença e palavra”, sublinhou.
O testemunho nasce da experiência, destacou o prelado. De acordo com o arcebispo de BH, é o Espírito Santo que produz em cada homem e mulher o testemunho. A vida de Irmã Benigna, prosseguiu, para além daquilo que deveria cumprir e fazer, foi uma abertura à ação do Espírito Santo de Deus.
O bispo afirmou que faltam homens e mulheres com testemunho profético e amoroso, que caminham na direção da verdade e do bem.
Ter Irmã Benigna como inspiração
“Guardemos em nossos corações, Irmã benigna, uma mulher exemplar. (…) Pedimos insistentemente a sua beatificação. Ela será um amparo de intercessão. Que ela nos deixe incomodar: a que medida o nosso testemunho está provocando a força do amor, está seduzindo os corações para o seguimento de Jesus, para obras magníficas?”.
Dom Walmor exortou os fiéis a darem continuidade aos que os precederam, respondendo a questões importantes deste tempo. Cuidar do testemunho foi um pedido do arcebispo de BH.
“Nosso testemunho deve primeiro ser uma abertura amorosa e silenciosa ao Espírito Santo. Ele que nos modifica e transforma. Ao mesmo tempo, devemos olhar o mundo e, de forma corajosa, a exemplo de Irmã Benigna, ir ao encontro. Este é o grande segredo. Que ela nos inspire!”.