Brasileiros vão às urnas em outubro próximo; frente às eleições, historiador destaca o voto consciente
Denise Claro
Da Redação
2018 é ano eleitoral. Está marcado para o dia 7 de outubro, domingo, o primeiro turno das eleições nas quais serão eleitos o Presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. O segundo turno acontecerá no dia 28 de outubro.
Com a proximidade da votação, o eleitor se vê diante da necessidade de preparar suas escolhas. Mesmo para os desinteressados em política ou tomados por uma apatia diante do momento nacional, chega o momento de inteirar-se sobre assuntos relacionados à política, buscando informações sobre os candidatos, a fim de se chegar a um voto consciente.
O eleitor lorenense Danilo Correa diz que, para ele, o problema não é a política, mas “os políticos”. A paraense Liana Placenti concorda com essa visão e diz que a carência de pensamento com relação ao aspecto social, por parte de governantes, leva o povo à uma falta de motivação. “A educação está indo de mal a pior a cada ano que passa e a segurança não existe. Não há saneamento básico, sistema carcerário em decadência. Isso faz com que o povo fique desiludido.”
Diego Amaro é mestre em História Social e professor de Ciência Política. Ele vê a situação atual política do país como um período conturbado devido ao histórico recém-democracia. Para ele, o brasileiro ainda precisa aprender a votar, a ser cidadão.
“O que vivemos nos últimos anos na política em nosso país nos levou a um desgaste, o que têm levado o brasileiro a buscar soluções imediatas, e muitas vezes mal pensadas, na hora de votar”.
O especialista explica que, sociologicamente falando, acontece um processo de “anomia”, uma espécie de depressão, em que a sociedade não acredita mais nas instituições.
“A sociedade brasileira têm se enfraquecido enquanto cidadãos, nem sabendo ao certo quais os papéis que esses governantes e as instituições deveriam exercer.”
O cientista político mostra que a solução para se sair dessa apatia política é a informação. Segundo ele, conhecer os fatos históricos que trouxeram o país até o momento atual, conhecer os candidatos e propostas, projetos de melhorias, é uma boa saída.
Em meio a esse contexto, Amaro ressalta ainda a importância do voto consciente, enfatizando o valor que cada um tem em uma eleição, o que pode ser a solução para a situação do país.
“O eleitor deve ter em mente que seu voto é importante. Hoje já há a ideia de que o voto não vale muita coisa, mas se fosse assim, os políticos não lutariam por cada voto. Você pode votar em quem quiser, mas esse voto tem que ser consciente. E após as eleições, fazer o apelo político, cobrando com que os políticos e instituições cumpram com o seu dever.”
Os bispos do Regional Leste 2 da CNBB gravaram um vídeo sobre as eleições. Na mensagem, destacam também a importância do voto consciente e lançam um olhar de esperança sobre a realidade atual, lembrando que este é o momento de escolher quem vai dirigir o Brasil, produzir as leis e fiscalizar os governantes. “Não podemos ficar apáticos. Não podemos deixar de votar”, afirma no vídeo o bispo de Divinópolis (MG), Dom José Carlos Souza Campos.
Confira, a seguir, a mensagem dos bispos do Regional Leste 2 da CNBB: