Série estradas

Educação no trânsito pode reduzir número de acidentes no Brasil

Quase trinta bilhões de reais por ano. Este é o custo dos acidentes de trânsito no país. A quantia equivale ao que deve ser arrecadado em 2008 com a contribuição provisória sobre movimentação financeira, a CPMF.

Entre 2003 e 2007, só nas rodovias federais, foram 29.491 mortos em acidentes no Brasil. Mais de 300 mil pessoas ficaram feridas neste mesmo período.

Para o Ten. César Hernandes Rossignoli, da Polícia Rodoviária do estado de São Paulo, um dos grandes vilões responsáveis por esses números é a falta de educação no trânsito.

"O que cabe para nós comentarmos, principalmente do policiamento, que é a fiscalização do trânsito, é a atitude do motorista e, essa sim, é prejudicial no Brasil. A educação de trânsito no país é muito precária", alerta o policial.

Entre 2001 e 2006 foi registrado um aumento de mais de 30% no tráfego das rodovias administradas por concessionárias, ao mesmo tempo, houve uma queda de mais de 20% no número de mortes. Os dados até que são positivos mas na opinião de especialistas tanto o número de acidentes registrados nas estradas do país, como a quantidade de vítimas poderia ser reduzida ainda mais.

De acordo com o coordenador do Programa SOS Estradas, Rodolfo Rizzoto, a falta de punição faz com que o Brasil continue liderando a triste estatística mundial que coloca o país no topo da lista dos campeões de acidentes nas estradas.

"Qual é a diferença do motorista brasileiro com o motorista europeu? A diferença é que eles são punidos, quando eles cometem uma infração", destaca Rodolfo.

Segundo o Supervisor da Polícia Rodoviária Federal – SP, Insp. João Bosco Ribeiro, "precisa haver uma nova legislação, principalmente para o motorista que trabalha com o transporte de carga. Ele deve ter uma carga horária fixa para trabalhar no volante, a partir dali ele não pode mais ultrapassar e não pode sobrecarregar o seu tempo de trabalho. Isso hoje é muito exigido, tem motorista que às vezes perde o emprego por que não quer aceitar as normas da empresa e quer trabalhar direto".

O índice de mortes por mil km no Brasil é de mais de 100. Na Itália são 10 mortes registradas neste mesmo trecho. Nos Estados Unidos são pouco mais de 6 e no Canadá cerca de 3 vítimas fatais a cada mil km.

"As pessoas não são responsabilizadas pelo acidente grave que ela causou a uma família, à sociedade. Eu acho que a lei precisa ser mais severa e ser cumprida e a legislação mudada", conclui o inspetor João Bosco.

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