Campanha educativa

Educação é a chave para se evitar desastres, afirma Cemaden

Órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia promove uma campanha de prevenção de desastres que aborda inclusive a pandemia

Thiago Coutinho
Da redação

As inscrições para a campanha #AprenderParaPrevenir irão até 18 de dezembro / Foto: Reprodução

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) lançou a campanha #AprenderParaPrevenir, com o tema “Desastres, desastres, desastres! O que podemos fazer? E a educação?”. Em sua quinta edição, o objetivo da campanha é mobilizar escolas de ensino básico, defesas civis, universidades e Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia para a prevenção de desastres, incentivando, assim, a criação de campanhas locais.

Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, o evento será realizado em ambiente virtual. Entre os temas abordados, haverá a própria pandemia e o impacto das mudanças climáticas.

Nesta época do ano, especialmente na região Sudeste, as chuvas são mais constantes — consequentemente, a propensão para os desastres naturais também aumentam. O Cemaden disponibiliza diversas ferramentas que podem ajudar os gestores públicos a diminuir ou mesmo evitar essas fatalidades. O importante, segundo os pesquisadores e representantes do órgão, é ficar atento e antecipar-se a esses possíveis desastres.

“Além de conhecer o risco, é importante monitorá-lo. O Cemaden faz um monitoramento mais abrangente e elabora uma previsão de riscos diariamente, que é disponibilizado em nosso website. Além de saber a previsão, é importante monitorar as situações em tempo real”, explica Regina Célia dos Santos Alvalá, Diretora Substituta e Coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden.

Regina explica como funciona o monitoramento das chuvas numa das ferramentas disponibilizadas pelo órgão, o Mapa Interativo. “Nessa ferramenta, o valor de 1 milímetro (1mm) mensurado no pluviômetro equivale a 1 litro por metro quadrado. Então quando você lê ou ouve algo como ‘foi uma chuva atípica, foram 60 mm de chuva em uma hora’, significa que foram 60 litros de chuva por metro quadrado, em um período de uma hora”, detalha.

De acordo com Regina, essas e outras informações são importantíssimas para que os municípios se antecipem às tragédias. “Em cidades com relevo íngreme, por exemplo, essa água vai escoar com rapidez, muitas vezes arrastando veículos, caçambas e pessoas. Isso é o que chamamos de enxurrada. Se o município também possui rios e estes transbordam, tem-se uma inundação. Então é importante saber dessas ameaças e das vulnerabilidades no seu município”, pondera.

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas são tema de debate constante na comunidade científica. O cuidado com a “casa comum”, como o Papa Francisco bem define em sua encíclica Laudato Sí, tem-se tornado uma preocupação constante tanto da Igreja quanto da sociedade civil.

“Em um estudo recente sobre as percepções de professores em relação ao tema das mudanças climáticas, identificamos que muitos professores já sentem esses efeitos climáticas e demandam cursos de formação para abordar o tema no cotidiano da sala de aula”, explica Victor Marchezini, pesquisador do Cemaden.

O pesquisador ressalta que existem diversos órgãos e setores estatais e não-estatais que estão preocupados com este tema. “No escopo do Programa Cemaden Educação, esforços têm sido despendidos para a formação de jovens, universitários, professores, agentes de defesas civis, com o objetivo de gerar conhecimentos e metodologias para uma cultura da percepção de riscos de desastres, no contexto da educação científica e ambiental para a construção de sociedades sustentáveis e resilientes”, salienta Marchezini.

Pandemia

Além dos alertas e instruções para lidar com os ditos desastres naturais, o Cemaden, nesta campanha, vislumbra o que chamam de desastres biológicos — e em tempos de pandemia, essas instruções são bem-vindas.

“É muito importante que governos fortaleçam as políticas públicas de proteção social, a fim de controlar o aumento da vulnerabilidade e das formas precárias de morar nas cidades brasileiras”, afirma Regina Célia. “Outro ponto importante a destacar são as doenças de veiculação hídrica, que geralmente ocorrem no pós-emergência, o que pode culminar em sobrecarga ainda maior sobre o sistema de saúde”, acrescenta Marchezini.

É importante, segundo os representantes do Cemaden, impulsionar essas ações e programas de educação. “Campanhas como a #AprenderParaPrevenir têm como objetivo incentivar as comunidades escolares a refletirem sobre os desastres, unindo esforços na construção e no fortalecimento da proteção de suas comunidades com ERRD (Educação em Redução de Riscos de Desastres), que ocorrem no geral por meio de projetos pedagógicos”, afirma Regina.

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