Nesta quarta-feira, 2, às 12h, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, celebrou na Catedral da Sé, seu 9º aniversário de ordenação episcopal. Dom Odilo foi ordenado bispo auxiliar para São Paulo em 2002 na Catedral de Toledo, Paraná.
“Esta data me traz muitas recordações e renovada gratidão a Deus. Durante o tempo de minha formação, como adolescente e jovem, é claro que passaram pela minha cabeça questionamentos sobre minha vocação e se era mesmo essa a vida para a qual Deus me chamava”, contou Dom Odilo em entrevista exclusiva para o jornal da Arquidiocese, O São Paulo.
O cardeal revela que passo a passo, a escolha de sua vocação foi se clareando e quando foi ordenado sacerdote, sabia que isso valia para toda a vida. “Portanto, nunca passou pela minha cabeça repensar meu projeto de vida. É uma questão de fidelidade a Deus e de correspondência com sua graça, que nunca nos falta!", exalta Dom Odilo.
O lema episcopal in meam commemorationem (em memória de mim) foi escolhido em sua ordenação sacerdotal, em 1976. Segundo o cardeal, o motivo da escolha está na compreensão do significado do sacerdócio cristão. “Os sacerdotes são ministros, ou seja, servidores do sacerdócio de Cristo. A referência constante a Cristo, 'em memória dele', é o que dá sentido a tudo o que o padre é em sua vida sacerdotal e faz na Igreja”, explica.
Para Dom Odilo, ter a certeza que é o próprio Cristo que continua a realizar sua obra salvadora em favor dos irmãos por meio dele, o marcou profundamente, e por isso pensou em manter o mesmo lema quando foi chamado a ser bispo. “Também o episcopado é exercido 'em memória de Cristo' através do anúncio da Palavra de Deus, no pastoreio da Igreja e no serviço da santificação do povo. Padres e bispos não têm o seu ministério como posse, mas como dom e missão”, ressalta o arcebispo de São Paulo.
Relembrando sua trajetória, Dom Odilo destaca a importante experiência que viveu como secretário-geral da CNBB, entre 2003 e 2007, o que contribui para sua missão na Arquidiocese de São Paulo.
Dom Odilo revela que administrar a terceira maior arquidiocese católica do mundo é uma grande missão, complexa e difícil, mas ao mesmo tempo estimulante e gratificante. “Tenho consciência do tamanho dos desafios da missão, mas tento responder a tudo com paz de espírito, bem sabendo que não estou sozinho, pois os primeiros interessados no bem da Igreja são o próprio Jesus Cristo e o Espírito Santo”, conta. Além disso, o cardeal destaca que também conta com a ajuda de seis bons e dedicados bispos auxiliares, de centenas de padres abnegados e zelosos, de numerosos religiosos e religiosas que dão sua vida pelo Reino de Deus, e ainda conta com milhões de cristãos leigos organizados de diversas formas dentro da arquidiocese.
“A Arquidiocese de São Paulo tem um potencial evangelizador imenso e uma das minhas preocupações é despertar essas energias, convocá-las e prepará-las bem para colaborarem generosamente na vida e na missão da Igreja. Ser hoje discípulos-missionários de Jesus Cristo na metrópole de São Paulo é a grande questão!”, enfatiza Dom Odilo.
Sua maior prioridade na Arquidiocese de São Paulo é a fidelidade a Cristo e à Igreja, traduzida no anúncio intenso e perseverante do Evangelho, salienta o arcebispo. Ao lado disso, ele vê como prioridade o despertar e o preparar as forças da Igreja: clero, religiosos e leigos. Também é parte de minha missão zelar pela presença pública da Igreja, como testemunho em favor da fé e do Reino de Deus, 'já presente entre nós', ressalta o cardeal.