Arcebispo de Campinas está entre os três arcebispos brasileiros que receberão o pálio pelas mãos do Papa neste sábado, 29, no Vaticano
Julia Beck
Da redação, com colaboração de Elaine Santos
O novo arcebispo da Arquidiocese de Campinas (SP), Dom João Inácio Müller, se prepara para receber o pálio pelas mãos do Papa Francisco ao final da solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, que será celebrada neste sábado, 29, no Vaticano. A quatro dias da cerimônia, Dom João comenta sua preparação: “Rezando, lendo, sonhando com a Arquidiocese, agradecendo a Deus e suplicando as luzes do Espírito Santo para ter um bom discernimento, abertura e largueza de coração para poder estar a serviço do Senhor”.
Os arcebispos Dom Dario Campos, da Arquidiocese de Vitória (ES), e Dom João Justino de Medeiros Silva, de Montes Claros (MG), são os dois outros arcebispos brasileiros que receberão o pálio. “Como diz a Sagrada Escritura, que nós possamos caminhar com o Senhor, que o tenhamos diante de nós. Caminhar conforme o agrado do Senhor”, foi o que desejou Dom João para si e para seus companheiros de episcopado.
Sobre o pálio, o arcebispo de Campinas conta que é tradição da igreja os Papas o entregarem em Roma, ao final da solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo. “Os arcebispos nomeados devem ir até Roma para receber esse pálio”, explicou Dom João, que completou: “Então, neste sábado, 29, o Papa entregará os pálios a todos os arcebispos nomeados que pediram o pálio (…). Chegaremos lá e então o Papa entregará esse pálio”.
O pálio é, segundo o arcebispo, uma fita com um “Y” gravado na frente e nas costas, composto por seis alfinetes que representam as seis chagas de Jesus e feito de lã de dois cordeiros do mosteiro dos beneditinos. Dom João relata que a lã é abençoada pelo abade do mosteiro de origem das ovelhas, entregue ao Papa e depois às irmã enclausuradas da Santa Cecília para que sejam confeccionados os pálios.
Após a conclusão do processo de feitio do pálio, Dom João conta que os mesmos são colocados em caixinhas e depositados no altar principal da Basílica de São Pedro, próximo ao túmulo do apóstolo. “Este ato simboliza o significado do pálio: uma união muito forte com São Pedro e seu sucessor, o Papa”, relatou o arcebispo de Campinas.
Além da cerimônia que será realizada neste sábado, 29, no Vaticano, os arcebispos do mundo todo receberão os pálios dos Núncios Apostólicos presentes em suas Conferências Episcopais, no Brasil o Núncio Apostólico é Dom Giovanni D’aniello. “Depois da posse em Campinas buscaremos uma agenda para que ele [Dom Giovanni D’aniello] visite a Arquidiocese de Campinas para impor o pálio a mim”, contou Dom João.
O arcebispo de Campinas recorda que o pálio é uma prerrogativa dos arcebispos.“É uma questão muito mais de jurisprudência (…) . Então o arcebispo também foi solicitado, também tem uma responsabilidade dentro da província eclesiástica ligada a questões mais graves que a Igreja tem solicitude”, concluiu