Após sua intensa visita ao Brasil, Bento XVI, transcorre alguns dias de repouso na residência pontifícia de verão, em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma, para onde se dirigiu logo após sua chegada a Roma, na segunda-feira, 14. Por este motivo, hoje não aconteceu a habitual Audiência Geral das quartas-feiras. O retorno do Papa ao Vaticano está previsto para a tarde da próxima sexta-feira, dia 18.
Durante o vôo de retorno do Brasil à Itália, o Papa enviou, como de costume, telegramas aos chefes de Estado dos países sobrevoados: Brasil, Cabo Verde, Canárias, Marrocos, Argélia, França e Itália. Os telegramas do Santo Padre transmitem mensagens de paz e de concórdia aos povos.
Ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pontífice escreveu: "No momento em que sobrevôo as terras brasileiras, para regressar a Roma, desejo externar meus sinceros agradecimentos pela delicada atenção que me foi dispensada por Vossa Excelência e demais membros de seu governo, durante a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe".
"Desejando que o Brasil continue a responder aos desafios em sua caminhada _ acrescenta o Santo Padre _ para construir, no concerto da família humana, um futuro sereno, cada vez mais próspero para os filhos desta nobre nação, em fidelidade aos genuínos valores humanos e cristãos de seu rico patrimônio cultural, imploro para todos os brasileiros, a assistência e as bênçãos de Deus Onipotente."
Divergências sobre falha na comunicação do avião do Papa
Segundo informações divulgadas ontem, dia 15, pelo deputado Efraim Filho (DEM-RN), houve falhas na tentativa de contato do avião do Papa com o Cindacta de Recife. Efraim entregou à comissão do CPI do Apagão Aéreo, uma gravação das diversas tentativas feitas pelo Boeing 777 da Alitalia, que levava o Papa Bento XVI de volta ao Vaticano, de se comunicar com a torre do Centro de Controle de Área de Recife (ACC-RF). A revelação foi feita durante o depoimento à CPI do delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, chefe do inquérito que investiga a queda do avião da Gol, em setembro de 2006, depois de chocar-se no ar com um jato particular.
Efraim conseguiu a gravação com um rádio amador que captou o diálogo. Segundo ele, durante vários minutos, houve falhas no sistema de comunicação da torre de Recife. O Papa Bento XVI demorou a conseguir dar a última mensagem ao povo brasileiro, como é praxe nas visitas do pontífice.
A Aeronáutica divulgou nota, no início da noite de ontem, na qual rejeita a versão do deputado. Os oficiais dizem que "não houve falha alguma entre a aeronave" do Papa e o centro de Recife. Dizem que o piloto italiano tentou contato e deu a entender que o Papa falaria por 23 minutos, já que na mensagem disse "two three minutes", em inglês. Mas que a confusão foi desfeita e Bento XVI pôde falar. Ainda segundo a nota, demorou oito minutos entre o pedido do piloto e o início da mensagem do pontífice.