A presidente Dilma Rousseff manteve no cargo o ministro do Esporte, Orlando Silva, pressionado por denúncias ainda não comprovadas de desvios de recursos na pasta, e, segundo uma fonte do Palácio do Planalto, vai acompanhar a evolução política do caso nos próximos dias.
O ministro se reuniu por cerca de uma hora e meia com Dilma nesta sexta-feira, 21, e ao final do encontro disse que a presidente afirmou que ele deve continuar com seu trabalho à frente do ministério.
Segundo a fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, Dilma quer aguardar ao menos a repercussão política da permanência do ministro no cargo e ver se surgem denúncias mais contundentes contra Silva, para depois tomar uma decisão definitiva.
Se houver alguma prova que envolva diretamente o auxiliar em algum desvio, é provável que a presidente reavalie a decisão na próxima semana.
Na conversa com a presidente e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, Silva apresentou explicações sobre as denúncias veiculadas na mídia contra ele, o PCdoB, ao qual é filiado, e o ministério.
"Desmascarei diante da presidente todas as mentiras que foram perpetradas contra mim", disse Silva a jornalistas após se reunir com a presidente.
"Ela [Dilma] sugeriu muita serenidade e paciência e reafirmou sua confiança no nosso trabalho", afirmou o ministro.
Em nota da assessoria da Presidência, a presidente Dilma afirmou que "o governo não condena ninguém sem provas… não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente."
Segundo uma outra fonte do governo, que falou sob condição de anonimato, na conversa Dilma não condicionou a permanência de Silva no cargo e não marcou nenhuma reunião de reavaliação de sua decisão para o final de semana.