No segundo sábado de outubro, é lembrado o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos. A data chama atenção para a importância de garantir dignidade, conforto e presença amorosa nos momentos finais da vida. Nossa equipe mostra como o cuidado médico, o apoio da família e a fé podem transformar a dor em gesto de amor.
Reportagem de Aline Imercio e Gilberto Pereira
Uma área da medicina que prioriza o bem-estar do paciente. Entre as dificuldades da doença grave que enfrenta, Célia mantém o sorriso no rosto.
O motivo, além de todo o carinho de sua família neste momento, também conta com o apoio da equipe de cuidados paliativos. “Eu estou feliz, eu não estou me abatendo pelo meu problema, não me abati. Como eu vi que eu tive maior apoio, eu falei: ‘Por que que eu vou desanimar?’”, disse a cozinheira, Célia Aparecida dos Santos.
“Cuidados paliativos são uma abordagem de uma equipe multidisciplinar focada em pacientes com doenças que ameaçam a vida deles. E não tem só o foco no paciente, a gente engloba também o cuidado à família”, explicou a infectologista Núcleo Cuidados Paliativos do Hospital Emílio Ribas, Taciana Moura Sales.
“A gente está muito mais próximo do paciente, a gente atende ele naquelas necessidades emergenciais que eles estão ali. Às vezes é um sintoma, às vezes é só um conversar, um abraço, um apertar a mão, ouvir. Muitas vezes a gente pára para ouvir”, afirmou a enfermeira do Núcleo de Cuidados Paliativos do Hospital Emílio Ribas, Silvana Maria Castelo.
No Hospital Emílio Ribas, referência em doenças infecto contagiosas na capital paulista, os pacientes que são encaminhados para os cuidados paliativos recebem todo o apoio médico necessário e caso desejem contam também com apoio espiritual. “Tem a capela católica, espírita e evangélica”, falou Taciana.
Padre João é capelão do hospital há 33 anos e todos os dias visita pacientes em cuidados paliativos. Já realizou batizados, primeira comunhão e até casamentos entre os que desejavam os sacramentos. “Como dizia o Papa João Paulo II, a missão da igreja é defender a vida desde o ventre materno até o túmulo. Então a vida tem que ser amada e respeitada em todos os momentos”, declarou o capelão do Hospital Emílio Ribas, padre João Mildner.
Célia sente esse amor vindo da equipe médica e o apoio espiritual de padre João.
Recentemente recebeu uma homenagem da família. “Eu peço a Deus que todas as pessoas que estão passando porque eu estou passando, que recebam esse mesmo amor, esse mesmo carinho, que se sintam fortes como eu tô me sentindo”, completou Célia.
