Casais brasileiros comemoram hoje o Dia dos Namorados; jovem casal relata desafios vividos no namoro cristão
Monique Coutinho
Da Redação
Sexta-feira, 12 de junho, Dia dos Namorados. Existem aqueles que não se importam com a data e outros que estão à espera de alguém para comemorá-la a dois. Todos os anos os brasileiros festejam o dia dos namorados, conhecido como o dia de São Valentim em outros países.
Nos dias atuais, é comum jovens se envolverem em relacionamentos amorosos sem a intenção de um compromisso sério. A facilidade que encontram para saciar os prazeres da vida cresce cada dia mais, como afirma o casal de noivos, Maria Adélia Felizardo e Geraldo César Moura, juntos há um ano e seis meses.
Os dois se conheceram na Comunidade “Expressão Geração de Maria” e durante um ano permaneceram amigos. Com a ajuda do fundador do grupo, o casal se aproximou.
“Deus falou através do nosso fundador que deveríamos nos aproximar para nos conhecermos melhor, a partir daí começamos a namorar, demos nosso primeiro beijo depois do pedido de namoro e parece que a cada dia nosso amor cresce mais e se fortalece, ele tem tudo o que eu pedi a Deus em oração e vice e versa”, conta a jovem Maria Adélia.
Eles dizem que, como casal, enfrentam diversas dificuldades e que uma delas é o egoísmo, pois este sentimento faz com que se fechem neles mesmos e se esquecem da convivência com as outras pessoas.
“O egoísmo nos esquiva das convivências, não deixando que a comunidade participe do nosso namoro. Por isso, sempre nos policiamos pra que isso não aconteça, afinal o namoro em Deus precisa ser partilhado para que as tentações não nos leve a quedas.”
Outro desafio citado por Maria Adélia e Geraldo é viver a castidade, pois os dois caminham juntos com este mesmo propósito: o de um namoro santo, e por isso evitam estar sozinhos e buscam sempre a intimidade com Deus.
“O jovem não deve ir atrás de prazeres e sim de desafios. O maior desafio hoje é viver a castidade (…) Evitamos ficar sozinhos, buscamos sempre a intimidade com Deus e assim alcançamos forças para juntos vivermos o amor segundo a Sua vontade. Viver a castidade é uma experiência de fidelidade, companheirismo, amizade, compreensão e se amamos um ao outro podemos esperar até o dia do matrimônio, onde Deus selará nosso amor no altar.”
Os jovens que não querem se casar
Em uma de suas reflexões, o Papa Francisco enfatizou sua preocupação sobre a realidade dos jovens que não querem se casar. Segundo o Pontífice, é importante tentar entender o porquê dos jovens agirem assim, de não terem confiança na família.
De acordo com a psicóloga Márcia Frassão, a experiência que os jovens vivem atualmente é diferente da que se vivia nas décadas passadas. Segundo ela, este pode ser um dos motivos para terem certas atitudes.
“Tem outras coisas no momento da vida dos adolescentes que estão tomando suas energias. Eles ainda estão no processo de dependência muito forte da família, o momento de formação deles é muito longo. Existem pessoas com 25 anos que ainda não estão formadas na sua integridade de independência para se casar.”
No caso dos adolescentes, Márcia acredita que o fato de não pensar ainda no casamento pode ser atribuído mais às exigências que o mundo atual tem sobre eles, de forma que o casamento, o relacionamento mais efetivo parece ser muito forte para eles.
“Eles estão tentando resolver outras questões (…) eles estão sendo exigidos e colocados à prova em outras questões da vida nas quais não se veem formados ou fundamentados para um relacionamento mais afetivo que possa se tornar, por exemplo, um casamento.”
Surgimento da data
O Dia dos Namorado possui diversas origens e a mais conhecida é a do padre Valentim, que no final da Idade Média lutou contra as ordens do imperador Cláudio II. O imperador havia proibido o casamento durante as guerras, acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.
Valentim, que considerava essa medida injusta, continuou a celebrar os casamentos secretamente. A prática foi descoberta pelo imperador e o sacerdote foi preso e interrogado publicamente. Suas respostas foram elogiadas pelo soberano, que o mandou para uma prisão domiciliar, indicando a residência do prefeito romano Asterio, local onde todos eram pagãos.
Ao chegar na residência, o sacerdote ficou sabendo que o prefeito tinha uma filha cega e então, disse aos familiares que iria rezar e pedir para Jesus Cristo curá-la, o que ocorreu alguns dias depois. Mas, nesta altura dos fatos, Valentim acabou convertendo toda a família do prefeito, agravando sua pena e sendo condenado à morte.
Considerado mártir pela Igreja Católica, São Valentim morreu no dia 14 de fevereiro de 286, data que originou o dia dos namorados em muitos países. No Brasil, a escolha pelo 12 de junho foi estipulada por ser véspera do dia de Santo Antônio, conhecido como o Santo casamenteiro.