Fisioterapia e terapia ocupacional são campos de atuações que podem contribuir para mais qualidade de vida de pacientes
Reportagem Aline Imercio com colaboração de Malu Sousa
De São Paulo (SP)
Neste dia 13 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Fisioterapeuta. A data também lembra os 50 anos dos Conselhos Nacional e Regional de Fisioterapia. A equipe do Jornalismo Canção Nova conversou com o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO-3), o fisioterapeuta Raphael Ferris.
O que é o CREFITO?

Raphael Ferris / Imagem de Lucas Franco
Raphael Ferris: O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, o CREFITO 3, fiscaliza. A função principal é fiscalizar o exercício profissional dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais do Estado de São Paulo. Então, a nossa jurisdição são todos os municípios do Estado de São Paulo.
E quais foram as conquistas destes 50 anos de história?
Raphael Ferris: Bom, o sistema COFFITO E CREFITO comemora 50 anos nesse ano da promulgação da Lei 6.316 .E, sem dúvida, a maior conquista é o desenvolvimento da autonomia e dos direitos e prerrogativas dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. A grosso modo, nós nascemos uma profissão técnica e hoje nós somos uma profissão de alta complexidade, que precisa passar pelo crivo do ensino superior para se tornar uma profissão com o conselho de classe e com lei regulamentar, o que torna a nossa complexidade um importante e uma importante entrega de solução para a sociedade.
E quais são as conquistas para os pacientes?
Raphael Ferris: O desenvolvimento dos fisioterapeutas e dos terapeutas ocupacionais, eles fizeram com que a sociedade tivesse uma entrega muito maior daquilo que a gente tem como fazer. No caso da fisioterapia, a melhora da qualidade de vida através da recuperação das funções da prevenção de agravos e da terapia ocupacional, do cuidado ocupacional, principalmente ligado à saúde mental, à saúde funcional. Então é importante porque o desenvolvimento dessas profissões, das mais diversas áreas, desde a atenção básica até a alta complexidade, proporcionou para a sociedade soluções de problemas que anteriormente, sem essas profissões, nós não tínhamos.
A gente pode falar de qualidade de vida do paciente a partir dessa profissão regulamentada?
Raphael Ferris: Sem dúvida. Imagine o paciente que tem um diagnóstico e a partir desse diagnóstico, ele precisa encontrar uma solução de problemas. A fisioterapia e a terapia ocupacional são campos de atuações, ciências que para a maior parte dos problemas de saúde, a gente está inserido e nosso processo de relação de cuidado visa solucionar muitos problemas, principalmente o que a gente bem vê hoje as dores crônicas, principalmente na coluna, e as crianças com deficiência – no caso do TEA na Terapia Ocupacional. Então, todos esses problemas sociais relacionados à saúde pública, a fisioterapia e terapia ocupacional tem muita solução para oferecer.
E tem a atuação nas Casas de Repouso também?
Raphael Ferris: Sem dúvida, com o envelhecimento populacional é importante a gente entender que uma economia que a gente chama de economia prateada, ela vai se formando e a partir daí os profissionais de saúde, eles precisam planejar e entregar soluções para esse tipo de sistema. E fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, como eles mantêm a funcionalidade humana, a capacidade das pessoas se ocuparem, a gente consegue trazer essas pessoas que vão envelhecendo com o tempo para uma realidade de muito mais produtividade, muito mais ativa e inseridas na sociedade. Então, é importantíssima a figura dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais neste campo.
O fisioterapeuta também completa o trabalho do ortopedista, por exemplo?
Raphael Ferris: Na verdade, todo profissional da saúde ele se completa. O Sistema Único de Saúde ele é o usuário centrado. Então, a ideia do sistema de saúde, das profissões de saúde é cada profissão atender a demanda do usuário. Não existe nenhuma diferença entre a medicina, a enfermagem, a fisioterapia, a terapia ocupacional ou qualquer outra profissão de saúde. Todas as profissões elas trabalham em isonomia. Obviamente que a gente tem um sistema de saúde que tradicionalmente foi médico centrado, mas a gente entende que esse modelo ele está se desfazendo, até para que a gente possa pensar em soluções reais para os usuários, não pensando nas profissões de saúde, mas pensando naquilo que tem como demanda as pessoas. E aí entra o trabalho colaborativo de todas as profissões, cada uma dentro da sua finalidade, que ela foi regulada. Então existe uma finalidade de cada profissão de saúde. A gente inclui essas profissões a partir da demanda que o paciente, que usuário ele tem. Uma profissão vai complementando a outra, sem dúvida.
Então, a fisioterapia pode completar o trabalho começado no hospital, por exemplo, de uma pessoa que operou sua coluna? Podemos dizer que a fisioterapia completa e traz essa qualidade de vida?
Raphael Ferris: Então, digamos que existe um quadro, alguma intervenção cirúrgica realizada, o fisioterapeuta vai recuperar aquela função e vai preservar as funções daquele indivíduo para que ele tenha qualidade de vida, sempre pensando que o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional ele vai avaliar e ele vai pensar as potencialidades e não só as limitações. Então, talvez seja esse o grande diferencial da fisioterapia e terapia ocupacional brasileira.