Deus habita esta cidade. Onde mesmo?!
– Na singeleza e prontidão das crianças abandonadas da praça da Sé que, quais passarinhos, ganham uma moedinha e, alegremente, correm comprar um pastel ou uma coxinha, levando a vida do melhor jeito que dá.
-Na valentia e na fé que demonstram ter na vida os vendedores de chocolate, amendoim quentinho etc da marginal do Tietê e outros cantos da cidade.
-Na positividade e ânimo integral de sub-empregados e desempregados que, na catraca do ônibus, exigem e aguardam o troco de um centavo, porque com mais outros centavinhos dá para comprar um pão e assim, quem sabe, garantir a sobrevivência da metade de mais um dia.
-Na paciência dos enfermos que, mesmo nos corredores dos hospitais, a despeito de todas as carências, colaboram com o poder terapêutico do próprio sangue e da medicina, protestando sim contra as mazelas, mas não demais.
-Na ternura, cuidado e carinho dos que, altas horas da noite, saem amenizando a dor, a fome e todo infortúnio dos moradores de rua.
-Na honestidade e dedicação de pais, mães e filhos que labutam o dia todo pra voltar pra casa trazendo o pão para os seus.
-Na disposição de professores que, a despeito de toda falta de condições, acionam sua paixão pelo ensino e dão o melhor de si.
-Na serenidade de idosos que se cozinharam bem na vida e que, com o mel de suas almas, atraem jovens ao seu redor.
-Na ação do político que busca reunir o povo em torno de causas que visam o bem da maioria, porque, afinal, sozinho, ele também nada pode.
-Na dedicação de artistas e atletas que continuamente se superam e fazem-se ponte entre os mortais e o maravilhoso!.
-No impulso de confiança e entrega de todo aquele que, com ou sem a Bíblia debaixo do braço, se deixa conduzir pela Santa Palavra.
-No elã missionário, no zelo e na fé de padres que fazem o pão se transformar no Corpo de Cristo, o vinho, no Sangue, os lares, em famílias cristãs, as ruas, em comunidades e os bairros, em paróquias.
-Na doação de homens e mulheres que na Vida Consagrada servem a Deus e aos irmãos.
-Na singeleza de faxineiras e diaristas que, antes das igrejas abrirem, já estão à porta, esperando para entrar e, cheios de gratidão, louvar o dom de mais um dia.
E muito mais. E muito mais. E muito mais. Muito mais. Muito mais. Mais porque “Ele é antes de tudo e tudo nele subsiste” (Cl 1,16).