OUTUBRO SÓBRIO

Criada no Reino Unido, campanha pede um mês sem consumo de álcool

Criado no Reino Unido, a campanha Outubro Sóbrio convida as pessoas a passarem o mês sem álcool. No Brasil, a iniciativa ganha novo sentido diante dos casos de intoxicação por bebidas adulteradas.

Reportagem de Aline Imércio e César Rodrigues

Luiz começou com um vício em bebidas alcoólicas aos 14 anos. Hoje, aos 54, está no abrigo de cuidados em craque e outras drogas em São Paulo, aguardando a transferência hospitalar.

para tratar de um problema cardíaco que acredita ter adquirido pela dependência. “O álcool você só na outra pessoa, você deixa de ser você, é a sua saúde dá problema, sua personalidade dá problema, seu trabalho dá problema, as suas relacionamentos dão problema, tudo dá problema com ele”, relatou o autônomo, Luis Fernando Cardoso de Almeida. 

A Organização Mundial da Saúde garante: ‘Não há nível seguro no consumo de álcool’.

A substância é considerada tóxica, psicoativa e cancerígena pela OMS, além de ser causadora de pelo menos sete tipos de câncer e trazer transtornos mentais. 

“Começa com a ansiedade, que vem a ansiedade de quando eu vou conseguir beber de novo para ter aquela sensação de bem-estar e depois ela vai se encaminhando pra depressão. E é uma depressão muito forte”, contou a psicóloga, Adriana Severine. 

Os casos de intoxicação por metanol, que se concentram principalmente na capital paulista, fizeram muitas pessoas reduzirem o consumo de álcool. Diante desse cenário, a campanha internacional Outubro Sóbrio ganhou o destaque. 

O objetivo é reduzir o consumo de álcool durante esse mês. “A ideia deste desafio é justamente a tomada de uma autoconsciência de que é possível. Você vai ver o quanto você ganha do ponto de vista de qualidade de vida e de saúde mental. Teu sono melhora, as ideias ficam mais claras, reduz sua ansiedade”, afirmou o psiquiatra, membro da ABP e APA, Luiz Scocca. 

“Tem pessoas que passam um mês, dois meses de uma forma super tranquila e não sente falta. E tem outras pessoas que não conseguem completar o mês e é super sofrido. Aí é um sinal de alerta também”, retomou Adriana. 

Alerta que deve ser acompanhado por um especialista. Em busca de ajuda para ser curado do vício, Luiz contou com muitos apoios, inclusive o da Missão Belém, e hoje vê o mundo de forma diferente. “É outra visão que você tem da vida. Você vê as pessoas de outra maneira, o ser humano de outra maneira, você vê o mundo de outra maneira”, completou Luis.

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