A Comissão Pastoral da Terra (CPT) realizou nesta terça-feira, 28, uma coletiva de imprensa em Itaici, para divulgar o relatório sobre os “conflitos no campo do Brasil – 2008”, e mostrar os dados que, se comparados a 2007, apresentam uma redução. Contudo, a partir de uma análise mais aprofundada, percebe-se que o índice de conflitividade aumentou.
Segundo os dados do documento, 53% dos envolvidos nos conflitos por terra, no país, foram as populações tradicionais: índios, quilombolas e camponeses. Número que, conforme o professor Carlos Walter Porto Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra que essas populações estão sendo expropriadas.
0 relatório apontou, também, que 2008 foi o ano em que ocorreu o maior número de casos de denúncias contra trabalho escravo, e o segundo maior da história, de pessoas libertadas desta realidade.
O Conselheiro Permanente da CPT, Dom Tomás Balduino, disse que a comissão “tem cumprido sua missão de anúncio e denúncia, ao dar voz aos que não tem voz”. E achou positivo o levantamento destes dados de conflitos, pois “constitui uma contribuição muito grande para que a sociedade acorde no sentido de flagrar em que ‘pé está’ esta política anti reforma agrária”.
O relatório completo foi disponibilizado no site da CPT.
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