Dados apontam 2020 como o ano de maior número de conflitos no campo em 35 edições do relatório
Da Redação, com CNBB
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou, nesta segunda-feira, 31, a 35ª edição do caderno Conflitos no Campo Brasil 2020.
A Comissão apresentou o relatório em uma live, na qual fez uma homenagem a Dom Andre de Witte, bispo que presidiu a CPT nesta última gestão. Ele faleceu no dia 25 de abril passado de choque séptico e celulite infecciosa.
O atual presidente da CPT é Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo de Itacoatiara (AM). Ele frisou que, desde o início da CPT, em 1975, a pastoral buscou fazer o registro das violências no campo. Também falou sobre a importância do trabalho de sistematização feito pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, criado em 1985. O órgão tem a missão de registrar a violência e ataques aos direitos humanos no campo.
O presidente da CNBB, Dom Walmor de Oliveira Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), enviou uma mensagem para o lançamento. Dom Walmor destacou que a publicação ajuda o país a enxergar a grave realidade dos trabalhadores do campo, das águas e das florestas brasileiras. Frente aos conflitos, ele reforçou a importância de assegurar a função social da terra e do trabalho.
Os dados gerais de conflitos no campo mostram que o número de ocorrências passou de 1.903 em 2019, para 2.054 em 2020, um aumento de 8%. Esse é o maior número de ocorrências de conflitos no campo já registrado pela CPT, desde 1985. O número de pessoas envolvidas nesses conflitos passou de 898.635, em 2019, para 914.144, em 2020, um aumento de quase 2%.
A CPT documentou e sistematizou também ocorrências de conflitos por terra e por água. Os dados completos podem ser acessados na página do CPT. Clique aqui.