A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que investiga descontos em benefícios do INSS, ouviu um dos responsáveis pela descoberta dos abatimentos indevidos. Os parlamentares também pediram a prisão preventiva de pessoas envolvidas no caso.
Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro
Os parlamentares da comissão mista de inquérito que investiga os descontos ilegais em benefícios do INSS querem acelerar o ritmo dos trabalhos. O colegiado retende realizar pelo menos três reuniões por semana.
O advogado Eli Cohen foi o primeiro a prestar informações sobre o caso. Ele afirmou ter levado as informações para a imprensa após denunciar o esquema às autoridades e não obter retorno. “Quando eu entrego uma notícia crime, a polícia só tem que mandar intimação. Não precisa investigar praticamente nada, porque eu mando tudo pronto. Perfeito. Muito bem. Depois de dois meses nada acontecendo, eu já sabia que nada ia acontecer”, contou o advogado Eli Cohen.
Os parlamentares aprovaram pedidos de prisão preventiva de 21 envolvidos nos descontos ilegais de beneficiários do INSS, entre eles o do chamado careca do INSS e do ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanuto. Os pedidos foram encaminhados à Polícia Federal e precisam de autorização da justiça. “É tão escandaloso que nós tenhamos já praticamente todo o esquema montado, descoberto e que não tenha ninguém até o momento nem sob risco de prisão. Por muito menos há brasileiros presos com crimes ou não. Mas no caso desse escândalo do INSS, já passou da hora de nós pedirmos à justiça que coloque na cadeia os principais envolvidos”, relatou o senador presidente da CMPI, Carlos Viana do partido Podemos(MG).
O parlamentar governista rejeitou os pedidos de prisão e afirmou que a comissão não pode tomar decisões baseadas nos relatos da imprensa e apenas de um depoente. “Estamos recolhendo provas. Nós estamos na segunda reunião. O depoente pode ter razão em quase tudo, mas pode ter razão em quase nada. E pode ser que ele tenha sido omisso em outras, porque ele não sabia. Ele mesmo disse que por 20 minutos ele conseguiu saber tudo que ele falou agora no Google”, concluiu o deputado federal, Rogério Correia do partido PT(MG).
Mais de 900 requerimentos foram apresentados na CPMI entre pedidos de informações e convocações para depoimentos de envolvidos.