Vistoria nos aeroportos

CPI do apagão aéreo tem acesso a destroços do avião da TAM

Os integrantes da CPI do apagão aéreo passaram a segunda-feira vistoriando aeroportos. Uma equipe foi para o terminal de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte e outra foi para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Neste terminal os deputados chegaram a conclusão de que o aeroporto tem capacidade de receber cinco milhões de passageiros por ano, desafogando assim, os aeroportos de Congonhas e Cumbica.
 
No entanto, os deputados também criticam o governo para a mudança. "Falta uma pressão por parte do governo em convencer as companhias aéreas a transferir os vôos para Viracopos. O próprio presidente Lula disse que as companhias tiveram lucro e elas não querem gastar com investimentos em Campinas. Mas isso não interessa para nós e também pouco importa se a distância vai aumentar em 10 ou 15 minutos a viagem; o que importa é a segurança do passageiro", esclarece o autor da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB/SP)
 
Depois de Viracopos os deputados seguiram para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo onde tiveram acesso ao hangar onde estão os destroços do Airbus A-320 da TAM que se acidentou no dia 17 de julho. O que poderá ajudar nas investigações é o fato de que as turbinas e o sistema de trem de pouso estão praticamente intactos. O que sobrou do avião prefixo PR-MBK que fazia o vôo JJ 3054 entre Porto Alegre e São Paulo está sob responsabilidade do Centro de Investigações sobre Acidentes Aeronáuticos – Cenipa – e a Polícia Federal. A TAM é fiel depositária e o acesso ao local é restrito.
 
Cada peça da aeronave que media 37 metros e pesava 77 toneladas – com exceção dos manetes (fundamentais para a investigação) – estão sendo cuidadosamente periciadas. Os técnicos do Cenipa já detectaram os reversos, tanto o que estava com problemas quanto o que operou normalmente na hora do pouso em Congonhas, além dos spoilers – sistema de freios aerodinâmicos que fazem o avião parar.
 
Um monte de ferro retorcido que vai ajudar a entender o que aconteceu no dia 17 de julho onde morreram 199 pessoas. "A gente busca constatações. O fato de o manete estar numa posição na hora em que foi encontrado não significa que antes do impacto ele estava naquela posição. Através destes destroços é que vamos constatar como realmente estavam os equipamentos na hora do impacto", esclarece o integrante da comissão de investiação de acidentes do Cenipa, Ten. Cel. Domingos Afonso Almeida.
 
"Para nós é muito importante ter vindo até aqui porque vimos como está sendo o trabalho de perícia das peças. Mas, o mais importante é que podemos ter impressões mais rápidas já que o nosso prazo para a conclusão da CPI é o próximo dia 30 de setembro. O Cenipa tem um prazo maior porque são vários detalhes que não podem passar despercebidos", comenta o integrante da CPI, Ivan Valente (PSOL/SP).

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