Igreja celebra hoje Dia Mundial do Doente; coordenador da Pastoral da Saúde Nacional comenta dificuldades e satisfações com o trabalho realizado
Jéssica Marçal
Da Redação
A Igreja celebra nesta quarta-feira, 11, o Dia Mundial do Doente. Para a data, o Papa Francisco escreveu uma mensagem em que enfatiza a necessidade de saber acolher o sofrimento do outro. No Brasil e no mundo, grupos específicos se dedicam a esse trabalho de levar a misericórdia de Deus aos doentes, com a chamada Pastoral da Saúde.
Sebastião Venâncio está nesse caminho há 30 anos e se diz apaixonado pelo trabalho que realiza. Atual coordenador nacional da pastoral, ele é um dos cerca de 100 mil agentes que o Brasil tem hoje, realizando um trabalho que se divide em três dimensões: solidária (visitas a doentes em casas e hospitais), comunitária ou sócio-educativa (ensina a pessoa a ser sujeito da própria saúde) e políticas institucionais na área de saúde.
Cerca de 400 mil doentes são visitados semanalmente no Brasil. Embora o número seja grande, a resistência das pessoas à visita ainda é grande. Sebastião conta que não raro as pessoas pensam que o agente terá como objetivo “fazer a pessoa aceitar Jesus à força”, sendo que o propósito é cuidar da vida, defendê-la, independente de fatores sociais ou credo.
“Às vezes as pessoas acham que a gente vai se intrometer, querer mudar toda a rotina da família e não é isso. O agente de Pastoral da Saúde é um facilitador. Ele vai lá para ser essa mão amiga”.
O dirigente testemunha ainda a dinamicidade da Pastoral da Saúde, já que cada visita realizada é algo diferente. Isso é, segundo ele, um dos fatores que ajuda a manter os 100 mil voluntários pelo Brasil. Ele convida todos a fazer essa experiência de visitar um doente.
A primeira pessoa beneficiada com a visita, segundo Sebastião, é o próprio agente da pastoral da saúde. Além de receber formação na área da psicologia, para poder realizar o trabalho e, assim, sempre levar um auxílio para o doente, a pessoa recebe o crescimento espiritual.
“O agente de pastoral da saúde é uma pessoa diferente. Quando você olha nos olhos dele você percebe que ele é diferente, porque ele tem que ter um olhar diferenciado, uma escuta apurada. Isso faz com que eu e os agentes de Pastoral da Saúde cada vez mais cresça espiritualmente e fique mais apaixonado pela Pastoral”.
Sebastião se emocionou ao comentar a mensagem do Papa Francisco para a data comemorativa deste ano. Ele recorda que o Papa vem falar justamente dessa necessidade de misericórdia para com os doentes, o que não é uma atitude reservada aos agentes da pastoral.
Segundo ele, a mensagem do Papa é uma motivação para todos os que realizam esse trabalho pastoral, quando o Pontífice diz que estar junto com o doente é um caminho de santificação. “Eu posso ver a misericórdia de Deus sendo derramada sobre o doente, sobre os pobres e sobre os nossos agentes de Pastoral da Saúde que são pessoas muito especiais”.