Mundo corporativo perfeito é utopia, diz especialista
André Prado*
Alguns indivíduos persuasivos pregam que a carreira profissional deve sempre propiciar felicidade plena. Uma das máximas surge por meio da indagação: você está feliz com o que faz? Lastimavelmente, alguns chegam a pedir demissão passando a crer que existirá uma empresa ideal que atenderá a todas as suas aspirações.
Entretanto, é utopia acreditar que existe um mundo corporativo perfeito e que todos os colaboradores se realizarão constantemente em suas profissões. A insatisfação faz parte da alma humana, e, independente do lugar em que alguém possa estar no planeta, este sentimento se fará presente por ser intrínseco aos seres humanos.
Em contrapartida, certos profissionais podem estar muito descontentes com as empresas que trabalham, passando a ter a saúde física e mental afetadas. Sabe-se que alguns trocam empregos de maior remuneração por outros de salários inferiores, mas que propiciam outras vantagens como: autonomia, horário flexível e outros benefícios.
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Outros ainda não tiveram a oportunidade de trabalhar em diferentes empresas para compreender que não existe organização perfeita. As corporações possuem problemas que exigem profissionais engajados e dedicados para resolvê-los.
Na vida organizacional nem sempre o profissional estará plenamente realizado e feliz. Inclusive no decorrer da carreira terá de se dedicar a resolver situações complexas e penosas para que dias melhores ocorram.
Sugere-se estabelecer um fiel da balança para avaliar se o atual emprego traz mais ou menos realizações com o passar do tempo. Caso alguém esteja muito insatisfeito com a empresa na qual desenvolve suas funções, recomenda-se trocar as queixas que nada resolverão pela busca de uma nova oportunidade.
Aspectos da carreira
Existem certas gerações de profissionais que querem trocar de emprego como quem troca de roupa, desistindo das empresas ao menor sinal de dificuldade ou quando as organizações não correspondem às suas expectativas imediatas.
Lamentavelmente também é possível encontrar pessoas que são contratadas para trabalhar em uma segunda-feira às oito horas da manhã e acham que serão promovidas antes do meio-dia. E o pior, há os que acreditam piamente que as empresas alterarão sua cultura para atendê-los conforme a manifestação de seus desejos.
Alguns jovens conhecidos como millennials foram criados por pessoas de gerações anteriores que enfrentaram adversidades na vida, e, equivocadamente por este motivo, na melhor das intenções, resolveram poupá-los de certas dificuldades. Isto fez com que parte desta geração do milênio adquirisse a falsa percepção de que as empresas também farão de tudo para resolver as suas insatisfações e desejos, o que não ocorre na realidade.
Este fato também pode ocorrer com as futuras gerações de trabalhadores, levando-os a frustrações e atribuindo a culpa de seus insucessos a qualquer organização que trabalhem.
E preciso estar atento, pois se um colaborador passar por um número considerável de empresas em um tempo relativamente curto e não se adaptar a nenhuma organização, há uma boa probabilidade de que o problema não esteja nas organizações.
Neste caso torna-se prudente uma autoanálise que promova um processo de autoavaliação criteriosa e introspecção detalhada para verificar todos os prós e contras que envolvem a sua carreira profissional.
Caso o problema fuja de suas capacidades para encontrar soluções, torna-se recomendável que busque ajuda externa de um especialista que possa auxiliá-lo a se encontrar como pessoa e profissional. Outra saída pode ser se tornar autônomo ou empreender um negócio próprio com as características que acredite serem as ideais para trabalhar.
Controlar a ansiedade é sempre muito importante em todos os ambientes, principalmente no âmbito organizacional. Uma carreira se constrói ao longo do tempo, jamais do dia para a noite. É prudente buscar equilíbrio, ter persistência e cultivar a paciência para que as realizações ocorram no tempo certo.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br