O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) anunciou nesta terça-feira, 30, uma medida que permite titulares de contas do FGTS há mais de três anos, com renda acima de 4.900 mensais, obter financiamento com recursos do fundo para a compra de imóveis com valor de mercado de até 350.000 reais. A partir de janeiro, quando começa a valer o projeto, o governo deve liberar até 1 bilhão de reais ao longo do próximo ano para essa linha de financiamento.
Até hoje, trabalhadores com renda superior a 4.900 reais não tinham acesso a financiamentos imobiliários com dinheiro do FGTS. Esse recurso só existe para as pessoas de menor poder aquisitivo.
A medida começa a valer a partir de janeiro de 2008 e segundo as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), os juros de empréstimos com dinheiro da poupança variam de 9% a 12% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Nos empréstimos com dinheiro do FGTS, os juros máximos deverão ser de 8,66% ao ano mais TR. "Serão os juros mais baratos do mercado. É uma forma de beneficiar o dono do dinheiro", defendeu o ministro do Trabalho e presidente do Conselho Curador, Carlos Lupi.
Os trabalhadores com carteira assinada, contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), têm conta no FGTS, na qual as empresas recolhem mensalmente o equivalente a 8% do salário. Os empréstimos com recursos do FGTS são mais baratos que outras modalidades de crédito e possibilitam aos trabalhadores a realização do sonho da casa própria.
A classe média sai beneficiada não só com os juros mais baixos do fundo. Ao baratear os empréstimos, o FGTS pode também forçar os bancos a reduzirem suas taxas no crédito imobiliário – com a competição, ganham os consumidores. Há apenas uma ressalva na medida aprovada nesta terça: embora o valor de avaliação do imóvel a ser financiado esteja fixado em até 350.000 reais, o volume a ser financiado não poderá exceder 245.000.