Nesta quinta-feira, 20, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. A data, considerada feriado em muitos municípios, marca a trajetória de conquistas dos negros.
Assista na reportagem de Fernanda Ribeiro algumas destas memórias contra o preconceito.
O Brasil do século XVI recebeu os primeiros negros trazidos da África. Doze milhões de escravos eram obrigados a trabalhar em fazendas do território nacional.
O histórico hostil de maus tratos marcou a vida dessas pessoas no país. O grito de independência começou com um homem conhecido como Zumbi dos Palmares. Ele lutou até a morte contra a escravidão, que só viria mais de cem anos depois de sua morte.
Séculos depois, a população negra brasileira cresceu. Junto aos considerados pardos, representam 50% das pessoas do país e somam mais de cem milhões de habitantes, segundo o IBGE.
Novas conquistas vieram com o tempo. “Nós temos aí uma lei que protege contra o racismo, qualquer ato de discriminação, qualquer ato que denota o racismo, mas ainda precisa muita caminhada, principalmente com relação à entrada no mercado de trabalho, a entrada nas universidades, a participação na vida social do Brasil”, explica a socióloga Arlene Bacarji.
Mas algumas gerações ainda mantém traços destes desafios. Dona Maria da Conceição Mathias, 100 anos, viveu nas fazendas. Trabalhou muito para criar oito filhos sozinha.
“Capinava, depois plantava”, ela recorda.
Os valores foram passados a família, que não para de aumentar. São 53 netos, 108 bisnetos e 29 tataranetos. Mas a avó continua sendo a alegria da casa.
A época de luta por liberdade é relembrada todos os anos para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro. Embora os anos de sofrimento tenham ficado pra trás, o desejo de muita gente ainda é que o preconceito também permaneça no passado.
Dona Neusa de Oliveira é bisneta de escravo. No subúrbio do Rio de Janeiro aprendeu a lidar com as dificuldades e a respeitar o próximo. As novas gerações aprenderam a driblar as diferenças.
Com cumplicidade essas misturas de gerações ensinam que qualquer mudança pode começar através do amor.