CN em Foco

Conheça o local que forma missionários do mundo inteiro

Há poucos dias para o encerramento do mês missionário, o Canção Nova em Foco desta semana conversa com o Secretário Executivo do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Estevão Raschietti. Esse organismo, que é vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recebe missionários vindos do mundo todo.

Padre Estevão explica que o Centro Cultural faz um trabalho de formação tanto com os missionários que vêm do exterior, como com os brasileiros que vão para fora do país ou para áreas missionárias aqui mesmo no Brasil.

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"Quanto aos estrangeiros há um curso de iniciação à missão no Brasil. Aprendizagem da língua portuguesa, história, geografia, sociedade e introdução a vida pastoral", diz o sacerdote.

O Brasil sempre foi um país que recebeu muitos missionários, porém hoje em dia, recebe muito menos e poucos vêm da Europa, disse padre Estevão. "Nos últimos dez, quinze anos, tivemos uma caída drástica de missionários que vêm da Europa. Aqui no Centro, tem um departamento que cuida dos vistos de entrada. Por exemplo, em 2001 nós tivemos pedido de visto de entrada de 34 italianos, em 2010, caíram para 3."

Segundo o secretário, a quantidade de missionários que o Brasil envia é a mesma quantidade que recebe.

Um dado surpreendente é que o país que mais envia missionários para o Brasil atualmente é a Índia, país fortemente hindu em que os cristãos são minoria. "A Índia, nos últimos dois anos, é o segundo país depois da Itália que tem mais missionários aqui no Brasil. Podemos citar também a Indonésia e países da África como o Congo, outros como Nigéria e Camarões”.

O padre destaca que quando se pensa na missão Ad Gentes, lembra-se exatamente destes países. "A Indonésia é o maior país muçulmano por exemplo, a Índia um país fortemente hindu. Seria um pouco contraditório, mas realmente temos, a partir desses países, um grande número de vocações".

Normalmente esses missionários pertencem a Congregações Religiosas Internacionais que têm necessidade de integrar seus membros nas diversas exigências dos vários países.

Já quanto ao destino dos brasileiros, o sacerdote afirma que são principalmente os países de língua lusófona, como Moçambique, Angola, Guiné Bissau e países da América Latina.

O secretário executivo do Centro Cultural Missionário acredita que a adaptação depende de cada pessoa. Ele defende que maturidade, disposição pessoal e vontade para se inculturar são necessárias. "Aprender uma língua, se adaptar a um monte de coisas. Um processo que varia entre dois a três anos para se sentir a vontade no ambiente. Precisa muita capacidade de escuta, muita humildade em aprender. Quem já vai querendo saber tudo e se sentindo como mestre, não como discípulo, não está apto para a vida missionária.”

Para ele, a maior dificuldade é a língua, que em sua opinião, é a porta de ingresso para uma cultura. Ele explica que não se trata somente de técnica, vocabulário ou gramática, mas sim de estrutura de pensamento, de organização de vida, que é traduzida verbalmente. "Para o missionário, o principal desafio é aprender a língua e aprendê-la bem. Evangelização hoje, se faz com a língua materna, que é a língua que fala ao coração das pessoas".

O padre fala ainda sobre a manutenção do Centro Cultural Missionário e sobre os projetos que oferece, conta que a maioria dos missionários que vão para o exterior são mulheres, explica o que padres diocesanos e leigos, que querem se tornar missionários, devem fazer e destaca como todos podem viver bem o mês missionário. [Ouça]

“Somos convidados a abrir a mente e o coração para rezar, colaborar e enviar missionários. Jesus falou 'Ide e fazei discípulos em todas as nações', esse 'todas as nações' significa para nós, ter o mundo no coração. Aprender a rezar para todos, não só para nós. Partilhar o dízimo, não só para nossas comunidades, mas com projeto missionário para fora, ter as vocações religiosas e sacerdotais não só para nós, mas para serem enviadas para outros. Isso significa ser cristão, ser católico”.

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