EM SERGIPE

Conheça o Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo

Mais de 10 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva, segundo o IBGE. Mas ainda são poucas as instituições que oferecem educação bilíngue. Em Sergipe, o Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo é referência nacional no ensino de jovens e adultos por meio da Língua Brasileira de Sinais e do português escrito.

Reportagem de Silas Santos e Wildson Coruja

Na escola especializada há 170 alunos em dois turnos, manhã e tarde. São turmas do primeiro ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Além da alfabetização, aulas de reforço e pré-vestibular.

Ex-aluna da escola, Alana Chagas, é hoje a vice-presidente da instituição. “Quando eu era criança, tinha mais ou menos quatro anos, e eu junto com a minha irmã gêmea, nós somos surdas, nós encontramos aqui o IPAESE, começamos nossa jornada de aprendizado, tivemos muita ajuda aqui dentro do IPAESE, também nos esforçamos, estudamos, estudamos nossa vida toda aqui no IPAESE, nos formamos professoras, então é uma experiência maravilhosa de aprendizado que nós tivemos”.

Essa é a única escola bilíngue de Sergipe e também da região nordeste que contempla a educação básica. Inclusive, um dos grandes desafios é a ampliação da oferta de serviços especializados como este, tendo em vista que a população com alguma deficiência auditiva no Brasil, soma mais de 10 milhões de pessoas.

“O maior desafio é com a sociedade. Por exemplo, quando um surdo chega num hospital, ele não tem intérprete, e outras coisas que acontecem, como uma urgência, durante uma madrugada, que o surdo tem. É muito importante as pessoas pensarem nessa questão da ajuda para a comunidade surda. Mas eu espero que um dia essas barreiras se quebrem, que a Libra seja disseminada, que as pessoas tenham conhecimento, de que é muito importante a quebra dessas barreiras e que a gente possa acessar todos os lugares com tranquilidade e que todo mundo consiga saber Libras para se comunicar com a gente”, reforçou Alana Chagas.

Mirela estuda no local há dois anos. Veio de uma escola sem aulas para surdos. A mãe notou a mudança da filha ao entrar na instituição. “É uma instituição maravilhosa, que acolheu eles, acolheu principalmente, falo por minha filha, acolheu bem ela e hoje acolhe também os pais e isso nos ajuda muito a se comunicar com eles”, contou Suely de Araújo

Usando a Língua Brasileira de Sinais, os alunos quiseram dar um recado: “Jesus ama vocês!”.

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