A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe de estado provocou reações no mundo político brasileiro e internacional. O presidente dos Estados se disse surpreso com a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro
Logo após a proclamação do resultado, apoiadores do ex-presidente se concentraram na portaria do condomínio, onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar. O filho, senador Flávio Bolsonaro, afirmou que o pai segue firme na defesa da democracia. “O presidente Bolsonaro tá aqui firme, forte, de cabeça erguida para encarar de frente essa perseguição, porque a história vai mostrar que nós é que estamos do lado certo, o lado da defesa da democracia”, declarou o senador Flávio Bolsonaro, do partido PL(RJ).
Nos Estados Unidos, o presidente americano se disse surpreso com a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Donald Trump afirmou que conhece Bolsonaro e o considera um bom homem. “Bem, eu assisti ao julgamento e conheço muito bem. Ele era um bom líder estrangeiro. Eu achava que era um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No Congresso, a reação foi imediata. Parlamentares da oposição reforçaram a ideia de um julgamento político da Suprema Corte. Os deputados já se articulam para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, e pautar o texto da anistia com perdão total a Jair Bolsonaro. O PL quer votar o texto na próxima quarta-feira. “Percebe-se que concretude, algo material, provas objetivas não existem. Para eles basta conjecturas e ilações. Não há uma única prova concreta”, disse o deputado federal, Ubiratan Sanderson do partido PL(RS).
Pelas redes sociais, a ministra de relações institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que “a condenação de Jair Bolsonaro e seus cúmplices pelo Supremo Tribunal Federal expressa o vigor da democracia e da soberania nacional. Foram condenados no devido processo legal, mediante provas contundentes dos crimes que cometeram.”