3º Encontro da Pascom

Comunicação na Igreja: transparência para levar verdade de Cristo

O 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) foi aberto oficialmente na noite desta quinta-feira, 19, em Aparecida (SP). O jornalista e professor Carlos Alberto Di Franco ministrou a palestra de abertura.

Em entrevista, ele destacou que o melhor caminho para que a Igreja possa comunicar a verdade de Cristo é ela falar com clareza, abertura e transparência.

Este evento, que termina neste domingo, 20, busca justamente novas formas de trabalhar a comunicação para que esta seja um meio eficiente para a evangelização.

Ao falar sobre a necessidade de uma comunicação clara e simples, Di Franco, que também é diretor Internacional de Ciências Sociais da Universidade de Navarra, na Espanha, disse que a mensagem direcionada à juventude, por exemplo, tem que ser centrada na realidade em que esta se insere.

"Eu não posso falar com o jovem com uma cabeça de 20 anos atrás, sendo que o jovem hoje está em novas plataformas, ele é digital, está nas redes sociais, então eu tenho que falar com ele nas redes sociais. Eu tenho que ter essa perspectiva de que há uma mudança cultural profunda e passar a mensagem cristã com esse olhar de grande conexão com esse olhar de um mundo real e com o jovem real como ele é hoje e agora", disse.

Tão presentes na realidade não só juvenil, mas de todos os que acompanham as inovações tecnológicas, as mídias digitais trouxeram uma nova linguagem e um jeito de as pessoas se comunicarem. Para o jornalista, os agentes das Pastorais da Comunicação nas dioceses devem sim utilizar essas novas ferramentas com intensidade.

"É preciso comunicar com os elementos, as ferramentas que nós temos hoje que é a multiplataforma: mídia impressa, televisão, rádio, internet, redes sociais, tudo isso tem que ser utilizado pelos católicos grande vigor e entusiasmo", afirma o jornalista.

Ele destacou, porém, que essas novas ferramentas devem ser usadas com profissionalismo, o que também diz respeito à conduta dos agentes que atuam nesta pastoral.

"Os agentes de Pastoral de Comunicação da Igreja, sobretudo em sua relação com a imprensa laica, têm que dar respostas aos jornalistas. Às vezes o jornalista pergunta alguma coisa e a gente não responde, ou então responde contornando. Não temos que ocultar nem esconder. Falar com clareza, com abertura, com transparência é sempre o melhor caminho de comunicar a verdade de Cristo", enfatizou.

Mas a competência profissional não é tudo. Di Franco elencou outro aspecto importante para as pessoas que se propõem a trabalhar com a comunicação na Igreja: a espiritualidade.

"Se nós não temos espiritualidade, nós não temos o que dar. Ninguém dá o que não tem, só damos o que temos. As pessoas captam o que tem profundidade, o que tem raiz, o que tem coerência e o que não tem, daí a importância de se ter vida interior, espiritualidade", finalizou.

Formação para a Pascom

Se clareza e profissionalismo são necessários para que a Igreja possa exercer bem o seu papel de comunicar a mensagem de Cristo, antes é preciso entender a real identidade dessa comunicação.

"Muitas pessoas ainda não conseguem entender que quando nós estamos fazendo comunicação, seja na Igreja, numa sociedade, numa organização, nós estamos fazendo com a finalidade de promover o outro, de acolhê-lo e amá-lo, nós estamos fazendo Pastoral da Comunicação, estamos fazendo missão", foi o que explicou a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para Comunicação Social da CNBB, irmã Élide Fogolari.

Ela acredita que a formação dos agentes que trabalham nas Pastorais envolve uma diversidade de fatores, mas o essencial é sempre estudar e se guiar à luz do Evangelho.

"Nós temos que nos debruçar, estudarmos muito e aprendermos muito dos profissionais. Mas depois nós temos que fazer o nosso viés. Refletirmos muito, sobretudo a partir da Palavra de Deus e olharmos para Jesus Cristo, ler a Bíblia sob a ótica da comunicação. Isso vai fazer a diferença de outros comunicadores. Precisamos ter Jesus no coração", destacou.

A religiosa acrescentou que é uma realidade o fato de restringirem o trabalho das Pastorais de Comunicação à manutenção de um site ou produção de informativos, mas enfatizou que o trabalho vai além disso.

"Isso é um dado que infelizmente existe, mas porque nós não conseguimos concretizar a comunicação na Igreja toda. Isso é apenas um fragmento. A Pastoral da Comunicação tem que ter os seus projetos, as suas ações, tem que ser organizada, envolver todas as pastorais e promover a Igreja dentro e fora da Igreja", salienta a religiosa.

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