Dar nome sempre significou uma complementação ao ato de dar a vida. É um gesto de poder, certamente legítimo, que assiste aos pais. Esse poder proveio da participação no ato criador divino. “Terás um filho, e darás a ele o nome de Jesus” (Lc 1, 31).
Quanto possível, o nome será programático, e deverá ser um nome respeitado. O nome mais venerado, pronunciado de maneira devota, é o Pai do Céu. Seu nome deve ser mais do que respeitado. Deve “ser santificado” (Lc 11,2). E Ele quer que todos os seus filhos tenham um nome bonito, glorioso e cheio de significado. Por isso nosso Pai Celeste mesmo providenciou um nome para seu Filho Jesus. Para nós cristãos é o nome mais sublime sobre a face da terra. E o nome que os pais darão aos filhos também será o mais lindo possível, porque será “afixado em nossas frontes” (Ap 22,4), para sermos salvos no final dos tempos.
Mas como escolher nomes? Hoje não parece ser coisa fácil. Comecemos dizendo, como não devem ser. A Igreja, na sua sabedoria, apenas pede que não passemos nomes de inimigos dos cristãos, ou da humanidade. Caso contrário os filhos sofrerão repulsa e suscitarão indignação, sem terem nenhuma culpa. Também não devem receber nomes que vão levantar observações desairosas. São os nomes feios, que levam as pessoas à galhofa ou ao vilipêndio. Falemos também como podem ser os nomes. Podem ser novos, inexistentes ainda, mas que tenham sentido. Como também podem provir da lista quase infinita dos nomes de santos e de santas, que lembram virtudes cristãs.
Assim, por exemplo, Roque (modéstia às favas) tem relação com rocha e leva a pensar na firmeza da fé. Os nomes bíblicos detém inspiração permanente. Também não é proibido usar nomes de celebridades históricas. Mas atenção, não queremos ser vassalos de nenhum país do mundo, nem da América do Norte.
Também é legítimo apelar para a vasta nomenclatura de artistas de cinema, de cantores, de heróis das novelas. Mas neste assunto parece que já fomos longe demais. Num mesmo dia crismei doze Amandas (nome bonito), mas repetitivo. Já um bom tempo que não crismo nenhuma “Maria” e nenhum “José”. Tornamo-nos vassalos dos heróis da televisão.
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