O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum e, com a chegada da estação mais quente do ano, os cuidados com a pele precisam ser redobrados
Thiago Coutinho
Da redação
A pele é o maior órgão do corpo humano e, por ser um órgão de interface com o ambiente, está mais exposta ao sol / Foto: Freepik.com
Com a chegada do verão, o calendário de saúde do Brasil foca numa doença que, só em 2023, atingiu 220 mil pessoas: o câncer de pele.
“É o câncer mais comum do ser humano, justamente por a pele ser nosso órgão de interface com o ambiente”, explica o dermatologista Gustavo Alonso Pereira. “A pele é exposta constantemente à radiação ultravioleta, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele”.
Por se tratar do maior órgão do corpo em tamanho, possui muito mais células, o que pode resultar em mais chances de mutações e câncer. Apesar do expressivo número de brasileiros que sofrem com a doença, o médico informa que há outros lugares no mundo com uma incidência ainda maior. “Os Estados Unidos tem 2 a 2,5 milhões de casos novos por ano em 350 milhões de habitantes”.
A incidência da doença é explicada de maneira bem objetiva: a cor da pele. “Quanto mais clara a pele, maior o risco de desenvolver câncer de pele”, detalha Pereira. Ele comenta que o Brasil possui pouco mais da metade da população de pretos e pardos, que apresentam menor risco de desenvolverem câncer de pele. Então, mesmo o Brasil sendo um país tropical onde o sol brilha o ano todo, pelo tipo de pele mais pigmentada, a incidência de câncer de pele não é tão alta, comparado com outros países.
Cuidados com a pele
Alguns cuidados são necessários para evitar o surgimento do câncer de pele. É importante evitar o sol e buscar sombra, usar roupas, chapéus e óculos de sol e, especialmente, aplicar um protetor de amplo espectro. “É importante evitar a exposição solar nos horários de pico de radiação ultravioleta (das 10h às 14h), usar roupas (de preferência com filtro solar no tecido) cobrindo a maior parte das áreas corporais e, por fim, protetor solar com fator de proteção alto, reaplicado sempre que houver sudorese excessiva ou entrada na água”, aconselha Pereira.
Além disso, pessoas com tom de pele mais claro precisam consultar um dermatologista de maneira periódica, ao menos uma vez ao ano — especialmente se há antecedentes da doença na família.
Mulheres que utilizam maquiagem e aplicam base com proteção solar também precisam ficar atentas. “Em ambientes fechados, os filtros solares presentes na maquiagem funcionam muito bem”, afirma o médico. “Se, porém, a exposição solar for mais prolongada ou intensa, como uma praia, uma piscina, ou fazer atividade física no sol, é melhor recorrer a um protetor solar com alto fator de proteção”, aconselha.
Proteja-se mesmo em dias nublados
Mesmo em dias em que incidência solar não esteja tão evidente, a emissão de radiação ultravioleta ainda ocorre. “As nuvens dos dias nublados podem até reduzir um pouco a quantidade de radiação que chega na superfície da Terra”, explica o médico dermatologista. “Mas, mesmo assim, emissão da radiação ultravioleta continua ocorrendo. Por isso é fundamental adotar medidas de proteção solar (evitar o sol, usar roupas e chapéus e aplicar protetor solar)”, acrescenta.
Dois tipos de câncer de pele
Existem dois tipos de cânceres de pele: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma. O primeiro é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. É o mais frequente e menos mortal, mas se não for tratado a tempo, pode causar ressecções amplas e disfunção estética.
O segundo tipo, o câncer de pele melanoma, tem origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele. Ele é mais frequente em adultos brancos e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais, sobretudo nas áreas mais expostas à radiação solar. Trata-se do tipo de câncer de pele mais agressivo.
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