“Existe hoje uma mentalidade muito consumista, em que o filho vem depois da TV, do automóvel, depois que o casamento entrou em crise”. O presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, Dom Orlando Brandes, a partir desta afirmação, comenta como são os valores e as prioridades de um casal, na sociedade atual, a respeito do planejamento de sua família.
O bispo explica que o planejamento familiar e o conhecimento dos métodos naturais devem ser vistos dentro de uma “educação para o amor”, como será abordado no I Congresso Nacional de Planejamento Natural da Família, entre os dias 16 e 18 de outubro, em Curitiba (PR).
Dom Orlando enfatiza que desde o namoro e noivado, homem e mulher precisam ser educados dentro dos valores favoráveis à vida, em contraponto à “imposição” da sociedade de propagar somente os métodos artificiais e de priorizar o bem estar material antes da chegada dos filhos. “Não podemos concordar com este pensamento, com este consumismo, que diminui a gravidez e coloca o filho quase que no final do planejamento da vida do casal. Precisamos reeducar o coração das pessoas, a consciência das pessoas”, declara o bispo.
Segundo a organizadora do congresso e coordenadora da Pastoral Familiar na Arquidiocese de Curitiba, Eli Paschenda, o evento vai ter como palestrantes médicos, psicólogos, especialistas em bioética com o objetivo de levar, a partir da palavra da Igreja e da ciência, a eficácia do método natural para a realização do planejamento familiar. “Não é uma brincadeira, uma exigência da Igreja, mas realmente funciona e funciona para toda a sexualidade da pessoa humana”, ressalta a organizadora, ao destacar que o método natural pode proporcionar também um maior diálogo e unidade ao casal.
O presidente da Comissão Episcopal, ao comentar sobre o papel da mulher na família, ressalta que a mulher é uma grande vítima deste contexto, quando se impõe o uso de métodos anticoncepcionais, e que o casal dever ser ajudado para não se fechar e não ser egoísta na transmissão da vida: “A educação para o amor é eliminar todas essas ditaduras em relação à mulher e levar o casal a decidir pela vida, de ter filhos, de ter mais de um filho e de ter a consciência bem clara do casal, porque quem engravida não é só a mulher, mas o casal”.
Eli Paschenda alerta que os casais precisam ser coerentes em suas escolhas, pois muitos dizem que desejam os filhos, mas depois ou os evitam ou adiam a gravidez. “Quando nos damos no sacramento do matrimônio, juramos que aceitamos os filhos que Deus nos dá. Depois, saímos do altar e fazemos as coisas de acordo com as nossas cabeças. Precisamos de um pouco mais de coerência, porque dizemos que queremos ter filhos e depois falamos em esperar”, lamenta a organizadora do congresso.
Dom Orlando chama ainda atenção que, para aqueles que desejam casar na Igreja, mas não tem a intenção de ter filhos, o casamento pode ser considerado nulo. De acordo com o bispo, quando não há esta intenção, o casal não se transforma em uma família. “Com o nascimento do filho é que temos a família completa”, enfatiza o bispo.
"Gerar a vida com responsabilidade"
A partir deste tema, o I Congresso Nacional de Planejamento Natural da Família tem como finalidade aprofundar a doutrina da Igreja sobre o planejamento natural da família, apresentar sua fundamentação científica, além de abordar a espiritualidade dentro da sexualidade do casal, na perspectiva de um casamento sadio, amoroso, fecundo e santo.
O evento é uma iniciativa da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, da Comissão Nacional de Pastoral Familiar e do Centro de Planejamento Natural da Família (Cenplafam) e vai acontecer na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
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