O câncer de mama é um dos que mais atinge mulheres no Brasil, são 66 casos para cada 100 mil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Em São Paulo, uma carreta leva o exame de mamografia a quem mais precisa. Mas a iniciativa revela também um desafio: o acesso ao diagnóstico ainda é limitado em várias regiões.
Reportagem de Aline Imercio e Cesar Rodrigues
Nas primeiras horas do dia, a carreta do programa ‘Mulheres de Peito’, iniciativa do governo de São Paulo, já distribuía senhas para a realização do exame de mamografia. A unidade móvel percorre diversas cidades do estado e até o próximo sábado está estacionada no Poupatempo da Sé, no centro da capital.
“Saúde da mulher. A gente tem tantos problemas de saúde quando a gente pode fazer um exame que pode detectar alguma coisa e a gente poder começar a cuidar”, afirmou a auxiliar de limpeza, Ângela Cristina Barbosa.
“A paciente, ela não precisa vir fazer um agendamento. Ela chega às 8 horas da manhã, pega a senha, já realiza o exame de mamografia e já sai da carreta com a imagem de mamografia”, explicou a supervisora de técnica administrativa, Viviane Pinheiro.
“A gente pode detectar com mamografia uma doença que ainda tá dentro de um ducto da mama. nem atravessar esse ducto para ocupar o espaço da mama, ele atravessou ainda e dali muito menos para causar uma metástase. Então, quando você faz esse exame, você detecta a lesão na fase mais inicial que existe”, aprofundou a médica radiologista e membro da Comunidade Nacional de Mamografia, Ana Claudia Rodrigues.
Aqui na carreta são realizados cerca de 50 exames por dia. O procedimento é acessível e rapidamente realizado, mas nem sempre a mamografia está disponível nos quatro cantos do país. É o que revela uma pesquisa feita pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico de Imagem.
De acordo com o Levantamento de 2024, o Brasil possui 6.826 mamógrafos, sendo quase metade concentrados na região sudeste. No norte há apenas 482 equipamentos disponíveis. Em Roraima, por exemplo, são apenas 11 aparelhos em funcionamento e do total nacional, 3.412 estão disponíveis pelo SUS.
“Apesar do número de mamógrafos ser bom, a cobertura da mamografia, ela é bastante insatisfatória, porque existe uma dificuldade do acesso”, acrescentou Ana Cláudia.
Para ampliar o acesso, o Governo Federal anunciou que o atendimento móvel será expandido para 22 estados, por meio do programa ‘Agora tem Especialistas’.
A iniciativa também garante o direito à mamografia para mulheres a partir dos 40 anos. Enquanto isso, Grácia, também aos 40 anos, garantiu o exame na carreta do governo de São Paulo. “Prevenção, porque eu nunca fiz, é a primeira vez. É importante para saber nosso estado, nossa saúde”, completou a estudante, Gracia Antonio.




