A CPMI do INSS ouviu, nessa quinta-feira, 25, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos principais operadores de descontos ilegais em benefícios e teria movimentado mais de 50 milhões de reais.
Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro
Antônio Carlos Camilo foi preso no dia 12 de setembro, acusado de associação com mais de 20 empresas. Elas são apontadas como meios para lavagem de dinheiro desviado de pensões e aposentadorias do INSS.
De acordo com a Polícia Federal, as empresas eram ligadas a sindicatos e associações responsáveis por descontar os valores dos benefícios. Mais de 53 milhões de reais foram movimentados por empresas e pessoas ligadas ao careca do INSS.
Na CPMI, Antônio Carlos Camilo disse ser perseguido e vítima de uma campanha midiática que o tornou em um personagem fictício, o careca do INSS. Em um momento de tensão, o deputado Zé Trovão bateu boca com o advogado do empresário após o relator apontar o lobista como o autor do maior roubo aos aposentados e pensionistas.
No início da sessão, Antônio Carlos Camilo fez uma leitura de sua defesa e informou aos parlamentares que não iria responder a nenhuma das perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar.
Camilo disse não ter nenhuma relação com o governo. “A minha empresa sempre prestou o serviço à associações, tendo como destinatário final aposentado associado, mas sem querer qualquer ingerência ou responsabilidade sobre os descontos incidentes em seus benefícios previdenciários”, declarou o empresário, Antônio Carlos Camilo.
Ao longo do depoimento, os parlamentares apresentaram fotos que comprovariam as acusações contra o careca do INSS. Uma foto mostra o empresário em uma reunião com o ministro da previdência Wolney Queiroz. “Eu fico imaginando o senhor distribuindo brindes de milhões de reais a funcionários corruptos da Previdência Social”, conclui o relator da CPMI, o deputado Alfredo Gaspar do partido União(AL).