Sacerdote dehoniano, padre Zezinho, falou com exclusividade à equipe do Repórter CN, programa jornalístico da TV Canção Nova
André Cunha
Da redação
“O Brasil é um país histérico, de política histérica, onde um ataca o outro e não são capazes de dialogar”. É o que afirma o sacerdote dehoniano, José Fernandes de Oliveira, o padre Zezinho, em entrevista exclusiva à equipe do Repórter CN. Além de política, o sacerdote falou sobre evangelização, cidadania, fé e seus trabalhos atuais.
Nas duas partes da entrevista que foram ao ar pela TV Canção Nova nos últimos domingos, o padre explica a “mística da compaixão” que une duas expressões da Igreja: a Renovação Carismática Católica e o carisma dehoniano com a espiritualidade da reparação. Padre Zezinho recorda os anos em que conheceu o fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, e destaca como os dois carismas podem caminhar juntos.
O religioso fala ainda da proporção que tomou sua evangelização nos meios de comunicação, o que muitas vezes, lhe rendeu críticas. Apesar na inevitável fama, ele afirma que nunca quis ser um padre pop star.
“Fugi muito de ser artista e de ser o homem da televisão. O brilho não estava em mim, mas ao meu redor. Nunca procurei as câmaras ou espaços para aparecer. Mas quando vinha, eu aceitava. Nunca procurei essa fama, mas quando veio não fugi dela”.
Política e sociedade
Padre Zezinho foi perseguido durante a ditadura e não teve medo de denunciar os governos que não trabalhavam pelo povo. Por este motivo, morou fora do Brasil por um tempo. Com base nessas experiências, ele afirma que o Brasil precisa de pensadores, e aponta a prática da leitura como caminho para criar cidadãos transformadores.
“Quero ser um católico pensante, um padre pensador, e quero que todo leigo que prega seja pensador; quero que todo católico seja pensador. O Brasil está mal pensado, ele tem que voltar a pensar. Agora, o Brasil é um país histérico, de política histérica onde um ataca o outro e não são capazes de dialogar. Ora, só dialoga aquele que pensa!”, afirmou.
Para o padre, o Congresso atualmente é “um monte de nulidades”, apesar de haver “gente boa lá dentro”, como indicou. “Estes, porém, não têm força porque os medíocres tomaram conta do Congresso. Mas é assim também nas igrejas: se não tomarmos cuidado, a Igreja também vai ser dirigida por alguns medíocres”, concluiu.
A terceira parte da entrevista vai ao ar neste domingo, 10, às 17h, no Repórter Canção Nova. Assista também online neste link.