Visita do Papa ao Brasil

Bento XVI vai se reunir com líderes muçulmano e judaico

No segundo dia de sua visita ao Brasil, o papa Bento 16 receberá um líder muçulmano e outro judaico, além de representantes de denominações cristãs do País, informou nesta quinta-feira, 29, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro será no dia 10 de maio, às 12h30, no Mosteiro de São Bento, na capital paulista. "Será bastante simples, haverá no máximo dez convites.

O Papa deve dizer algumas palavras sobre diálogo inter-religioso, mas não teremos muitos discursos", disse à agência de notícias Reuters o bispo de Lages (SC), João Onéris Marchiori, presidente da comissão que discute ecumenismo e inter-religiosidade na CNBB. O xeque Jihad Hassan, um dos dois porta-vozes da comunidade islâmica paulistana, afirmou que ainda não recebeu o convite oficial para participar do encontro com o papa, mas se dispôs a comparecer. "Com certeza iremos se o convite vier oficialmente. É importante que os muçulmanos tenham um relacionamento positivo com a Igreja Católica e que a Igreja Católica tenha um bom diálogo com a religião e com os líderes muçulmanos", disse.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) disse que cinco outros líderes foram convidados: dom Mauricio Andrade (Igreja Anglicana), dom Leolino Gomes Neto (Igreja Católica Ortodoxa Siriana), reverendo Manuel de Souza Miranda (Igreja Presbiteriana Unida), pastor Walter Altmann (Igreja Luterana) e Antonio Bonzoi (Igreja Cristã Reformada). Sem pentecostais A reunião do papa com líderes de outras religiões e com diferentes denominações cristãs não sinalizou qualquer convite à participação dos evangélicos neopentecostais. Para o professor da PUC Edin Abumanssur, esse afastamento é interessante para os dois lados. "As igrejas neopentecostais não gozam de muita legitimidade nesse diálogo inter-religioso. De um lado, elas não têm interesse em um diálogo que enfraqueça a sua teologia da prosperidade.

De outro lado, os católicos não querem chamá-los porque os tratam como problema", afirmou. Procurados pela Reuters, representantes das igrejas Universal e Renascer, duas das principais igrejas neopentecostais, não estavam disponíveis para comentar o encontro. A visita do papa ao Brasil é atribuída, em parte, à perda de fiéis para essas igrejas em todo o País. Segundo o IBGE, os católicos eram 83,8% da população do País em 1991 e passaram para 73,9% nove anos depois. Os evangélicos, que tinham 9,05% dos fiéis brasileiros no começo da década de 1990, dez anos depois já eram 15,45%.Outro possível problema para o encontro é o horário definido pela CNBB.  

 

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