SAÚDE

Até 2025, Brasil poderá ter 45 mil casos de câncer de cólon, afirma INCA

Doença é causada principalmente por uma alimentação pobre em fibras e vegetais, excesso de nitritos e sal, consumo excessivo de álcool e cigarros, além do sedentarismo

Thiago Coutinho
Da redação

Estimativas do INCA apontam que até 2025, haverá 21,10 casos por 100 mil habitantes no País / Foto: Freepik.com

De 2023 a 2025, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o Brasil registrará 45.630 casos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino). É um risco aproximado de 21,10 casos por 100 mil habitantes — desse total, 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres.

“O câncer de estômago é um tipo de doença em que células tumorais malignas começam a se desenvolver no revestimento interno do órgão. E pode ocorrer em qualquer parte do estômago, apesar de ser mais comum na área chamada de ‘corpo gástrico’ e o tipo mais frequente é o chamado adenocarcinoma”, explica André Augusto Pinto, cirurgião especialista do aparelho digestivo.

De acordo com o médico, uma dieta rica em nitritos e sal e consumo excessivo de álcool e cigarros podem levar ao surgimento deste tipo de câncer — além de fatores genéticos que podem estar associados ao surgimento deste tipo de tumor. O câncer colorretal é dos mais agressivos, um tipo de tumor maligno que atinge o intestino grosso e o reto. “Normalmente está relacionado com o crescimento anormal de alguns pólipos na parede do intestino que começam a crescer desorganizadamente e com o tempo se transformam em células cancerosas. Seus principais fatores de risco são a dieta rica em carnes vermelhas e ultraprocessados, pobre em fibras e frutas”, alerta o especialista.

Doenças como a retocolite ulcerativa podem ajudar no desenvolvimento deste tipo de câncer, além de algumas síndromes genéticas como a polipose adenomatosa familiar e a síndrome de Lynch. “Sabe-se que existe um componente familiar importante, devendo-se sempre investigar familiares de primeiro grau de pacientes com diagnóstico de câncer colorretal”, observa André Augusto.

Idade

O câncer de intestino é mais comum em pacientes com mais de 50 anos. Estes compõem o grupo de maior risco. “Já no câncer de estômago, sabemos que alguns subtipos podem acometer pacientes mais jovens, mas no geral observa-se uma incidência maior em pacientes mais velhos, o que está relacionado com o maior tempo de exposição aos fatores de risco, como álcool e cigarro”, detalha o cirurgião.

Assim como outros tipos de cânceres, este tipo específico também aumenta suas chances de cura quando descoberto no início. “Sem dúvidas quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de cura. Principalmente no caso do câncer colorretal, cujo desenvolvimento tende a ser mais lento, quando diagnosticado precocemente as chances de cura aumentam bastante”, assegura.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer gástrico pode ser feito por meio de endoscopia digestiva alta, que além de conseguir visualizar o tumor, consegue obter material para biópsia. “Já o câncer colorretal é diagnosticado através de um exame chamado colonoscopia, em que o médico consegue também visualizar possíveis lesões suspeitas e muitas vezes realizar a retirada completa destes tumores quando diagnosticados precocemente”, detalha o cirurgião.

Ainda que seja uma diferença pequena — 21.970 casos entre os homens e 23.660 entre as mulheres — se deve a um velho, e mau, comportamento masculino: a busca tardia por ajuda médica. “As mulheres procurarem mais frequentemente os serviços de saúde e fazerem mais exames de rotina. Muitos homens ainda possuem preconceito e vergonha o que acabam levando a não realizar exames importantes como a colonoscopia, o que poderia explicar o fato de serem menos diagnosticados com câncer de cólon e reto”, lamenta.

Alimentação saudável e atividades físicas

Hábitos alimentares saudáveis e atividades físicas periódicas são boas maneiras de se evitar o câncer gástrico. É preciso ingerir sobretudo alimentos ricos em fibras, frutas e vegetais. A prática periódica de atividades físicas também ajuda a manter a doença distante. “Não só o câncer colorretal, mas também outros tipos de tumores”, como bem lembra o médico André Augusto.

É importante também procurar o médico com certa regularidade. “Assim, podemos avaliar a necessidade de realização de exames importantes como a endoscopia digestiva e a colonoscopia, que como vimos, são exames fundamentais para o diagnóstico nos tumores de estômago e cólon”, finaliza.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo