COLETIVA

Em Aparecida, bispos falam sobre Ação Evangelizadora e Doutrina da fé

Neste segundo dia de AG, a coletiva de imprensa tratou também sobre a terceira edição do Missal e a fé na Igreja

Thiago Coutinho,
Enviado a Aparecida

Os bispos reunidos no segundo dia da coletiva da Assembleia da CNBB / Foto: Bruno Marquês (CN)

O episcopado brasileiro voltou a se reunir neste segundo dia da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB). Na coletiva de imprensa desta quinta-feira, 20, o arcebispo de Santa Maria (RS), Dom Leomar Antônio Brustolin, falou sobre o processo de atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) — comissão sobre a qual preside.

Dom Leomar / Foto: Bruno Marquês (CN)

“Considerando o Sínodo, entre 2023 e 2024, só publicaremos as novas diretrizes em 2025”. “Elas [as diretrizes], atualmente, estão sendo pensadas. Os organismos do povo de Deus estão sendo consultados para sabermos para onde vamos”, reiterou.

O bispo entende que devem ser analisadas novas formas para se chegar aos fiéis — especialmente no que se refere às novas tecnologias. “Além disso, precisamos pensar no descuido com a Casa Comum e a condição humana atual, que tem perdido o sentido da eternidade. (…) O individualismo também é uma preocupação nossa. Como trabalhar o comunitário?”, indagou.

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Transmitir a fé às novas gerações também mostrou uma incógnita que está sendo discutida pela comissão presidida pelo bispo. Questionado sobre o Sínodo dos Bispos, Dom Leomar ressaltou a importância da escuta, tema debatido recentemente. O prelado se preocupa especialmente com aqueles que se afastaram da Igreja. “Precisamos chegar a estas pessoas”, advertiu.

Dom Edmar Peron / Foto: Bruno Marquês (CN)

Terceira edição do Missal

O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, Dom Edmar Peron, deu detalhes sobre a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, já aprovada pela Santa Sé. “Como a Igreja compreende a liturgia?”, inqueriu o bispo. “Falamos de realidade da fé, de comprometimento. A liturgia converte a vida na Igreja e a graça para prosseguir em sua missão”.

O missal, de acordo com Dom Edmar, não pode ser definido como “novo”. “Trata-se da terceira edição do missal. Este missal aprovado por Roma é aquele promulgado por João Paulo II. A Igreja é de uma realidade concreta, mas vamos incorporando elementos nela. A vida é dinâmica. A vida da fé também é. Por isso era necessário uma terceira edição”, explicou. A confecção da tradução do missal levou 19 anos.

A fé na Igreja

Dom Pedro Carlos / Foto: Bruno Marquês (CN)

O bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, Dom Pedro Carlos Cippollini, ofereceu um balanço do quatriênio 2019-2023 dos trabalhos da Conferência. “No Evangelho, Jesus exige que os discípulos tenham fé, pois ela não pode ser compreendida sem fé”, ponderou. “A aceitação da fé é de primeira importância em tudo que a Igreja faz”, disse.

É neste sentido que a Comissão para a Doutrina da Fé trabalha, redarguiu o bispo. “A fé é o bem mais precioso que temos. Jesus veio dar testemunho da verdade, a verdade que pode dar sentido À vida humana. Há um vazio hoje e a fé pode acabar com isso. Aqui, amor e verdade se encontram”, exaltou.

A Comissão ajuda, inclusive, a emitir pareceres e esclarecimentos para a CNBB que estejam em concordância com a fé. “Os documentos da CNBB devem ser olhados por esta comissão. No sentido de dizer ‘isto aqui está dentro da unidade da fé'”.

Realizada no Santuário Nacional, em Aparecida (SP), a 60ª Assembleia Geral da CNBB vai até o dia 28. Ao final do evento, uma nova presidência para a CNBB, que dirigirá a instituição pelos próximos quatro anos, será anunciada.

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