Balanço da Assembleia

Dom Ubiratan sobre episcopado: divisão destrói, diversidade é riqueza

Bispo fez balanço dos trabalhos da 57ª Assembleia Geral da CNBB; união e comunhão do episcopado brasileiro foram destacados

Julia Beck
Da redação

Dom Frei José Ubiratan/ Foto: Elaine Santo – Canção Nova

Esta quinta-feira, 9, é o último dia de trabalho dos bispos na 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom Frei José Ubiratan Lopes, bispo de Itaguaí (RJ), fez um balanço sobre os trabalhos realizados nestes nove dias, comentou a aprovação das novas diretrizes e o resultado da eleição que definiu a nova presidência da CNBB e os doze presidentes das Comissões Episcopais para o quadriênio 2019-2023. 

A realização anual da Assembleia Geral é, para Dom Ubiratan, de fundamental importância para a Igreja no Brasil. Para o bispo, o encontro expressa a comunhão eclesial dos bispos de todas as partes do Brasil. “Essa troca de experiências é muito enriquecedora para todos nós e o que eu percebo nessa assembleia é o respeito que há de um bispo pelo outro, de uma diocese pela outra. A gente contempla as diferenças, mas com muito respeito, com uma troca de experiência. Esse momento é um sinal para o Brasil da colegialidade do episcopado, é a expressão da comunhão da Igreja”, sublinhou.

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.: Cobertura da 57ª Assembleia Geral da CNBB

Segundo o bispo, durante a AG todos trabalham pela mesma comunhão e serviço da Igreja: “É uma riqueza para nós bispos que participamos, porque nós voltamos para as nossas dioceses mais bem informados e atualizados. O encontro também é uma expressão profética para a Igreja no Brasil, todos os bispos comungando a mesma palavra de Deus, a mesma eucaristia e a mesma caridade, essa é a finalidade da Assembleia Geral da CNBB”.

A união e comunhão foram destacados por Dom Ubiratan como perceptíveis durante a Assembleia Geral da CNBB. “Fazemos a comunhão na diversidade. A divisão é pecado, é perniciosa, ela destrói, mas a diversidade é riqueza. Então a comunhão da CNBB se faz com a diversidade de culturas, costumes, de realidades sociais, e os trabalhos procuram contemplar essa diversidade e construir a comunhão, a unidade na diversidade”, contou o bispo. 

Contextualização

Dom Ubiratan explicou que no início da 57ª AG da CNBB foi realizada uma apresentação geral das diversas necessidades dos bispos no que desrespeito à evangelização: “Nós sabemos que o Brasil é muito grande geograficamente e tem toda uma diversidade cultural, social e econômica, então a CNBB procura destacar as diversas realidade”. Ao longo dos dias, o bispo recordou que cada comissão da conferência fez uma avaliação de apresentação de seus trabalhos.

Os projeto de acolhida dos refugiados da Venezuela, foi uma das apresentações que mais chamou atenção do bispo: “Um trabalho muito bonito”, opinou. Os preparativos para o Sínodo para a Amazônia, também foram um dos eixos centrais da assembleia. “Tudo muito bem focalizado”, comentou Dom Ubiratan.

As novas diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 

A cada quatro anos a CNBB procura atualizar e renovar suas diretrizes. De acordo com Dom Ubiratan muita coisa do passado permanece, mas alguns pontos são renovados: “A Igreja caminha para responder às necessidades atuais da sociedade, os questionamentos, dúvidas, e a CNBB sentiu a necessidade de elaborar essas novas diretrizes que já foram votadas e aprovadas com o tema evangelização urbana”.

“Qual a resposta que a Igreja vai dar para o êxodo e crescimento das grandes cidades? Esse tipo de questão que as novas diretrizes procuraram responder, centralizando a dimensão da evangelização urbana, pensando na metodologia e o meio que devemos usar sem desprezar as outras dimensões e necessidades da evangelização das outras pastorais. Temos como pano de fundo o ponto de emergência da urbanização e a evangelização nas grandes cidades”, comentou.

O processo eletivo

“Pelo estatuto da CNBB, a cada quatro anos toda a presidência deve ser renovada e este ano ocorreu também a eleição para a nova presidência. A eleição ocorreu de maneira muito tranquila e sem nenhuma revanche. Aqui na CNBB procuramos eleger visando o bem comum da Igreja e do Brasil”, frisou o bispo de Itaguaí,

Para Dom Ubiratan, as escolhas foram muito bem feitas. “Pessoas experientes, que já tem uma certa caminhada Episcopal e de trabalho em suas dioceses, arquidioceses e também na CNBB. Bispos e arcebispos muito tarimbados, muito capazes, sem nenhuma concorrência desleal. Aqui não é uma política para sabermos quem é o vencido ou o vencedor, mas aqui se visa a ética, o que é melhor para a Igreja, para a CNBB e para o nosso povo”, argumentou o bispo, que concluiu: “A escolha foi bem feliz. (…) Estamos todos felizes com as escolhas”.

 

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