Presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Comunicação, Dom Darci José Nicioli, comenta sobre o Dia Internacional de Liberdade de Imprensa
Monique Coutinho
Enviada à Aparecida (SP)
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é celebrado em todo mundo nesta quarta-feira, 3 de maio. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem a finalidade de destacar o papel do comunicador e seus direitos de investigar e publicar informações de forma livre.
Em paralelo ao atividades da 55ªAssembleia Geral dos Bispos do Brasil, o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Comunicação e Arcebispo de Diamantina (MG), Dom Darci José Nicioli, concedeu uma entrevista exclusiva para o noticias.cancaonova.com sobre este dia. O religioso afirma que esta data é muito importante para recordar o trabalho do profissional da imprensa, que pauta o seu trabalho pela liberdade, verdade e justiça.
“Primeiro que liberdade é inerente a todo ser humano. Muito particularmente aqueles que estão comprometidos com a boa imprensa devem defender a liberdade. Liberdade de expressão, liberdade em dizer a sua opinião, liberdade de defender a sua verdade, isso colabora para a construção da vida e para que não sejam cometidos absurdos que acorrentam as pessoas que escravizam”.
O Bispo prossegue afirmando que aí reside a importância de celebrar este dia, justamente para ressaltar aquilo que é tão fundamental para o ser humano e que deve ser defendido pela imprensa e muito particularmente assumido pelo profissional da comunicação.
Veja também
.: Outras notícias sobre a 55ª Assembleia Geral
.: FOTOS da assembleia
Dom Darci observa que diante desta era tecnológica existe uma necessidade especial: a de apurar os fatos e consultar as fontes, pois a realidade do mundo atual permite que muitos publiquem informações que podem não ser verídicas.
“Eu repito a palavra do Papa: ‘não dar ao mal o papel de protagonista’. Isso é fundamental e depois é claro também nosso papel. Nós, comprometidos com a boa imprensa, formamos as pessoas no sentido de fazer com que tenham um senso crítico de uma forma madura para saber separar o joio do trigo. Toda informação que chega é preciso ser filtrada por um olhar crítico, de forma que tenhamos que consultar as fontes, de onde vem, se tem credibilidade, quem fala. É sempre importante checar para saber aquilo que assumimos como informação dada. Sempre naquela busca sincera de pautar a vida na verdade na justiça e na construção do bem comum”.
A informação sempre foi considerada um poder e por este motivo, até hoje existem tentativas de censurar os meios de comunicação. Ainda há uma luta por esta liberdade de imprensa e por este motivo, Dom Darci afirma que sempre haverá esta briga do bem contra o mal.
“E haveremos de vencer o mal pelo bem. E esta luta não terminará fácil. Porque há sempre aquele que quer dominar com a sua verdade sobre a verdade do outro. É uma luta constante. Olha como é fundamental o nosso trabalho comprometido com uma imprensa libertadora, com uma comunicação da verdade, e nós cristãos, com uma comunicação pautada pelo Evangelho. Assim nos livramos de todo aquele que quer escravizar o outro, porque nós o anulamos. Vencer o mal pelo bem”.
Ao concluir, o Bispo pede para que todos sejam arautos da boa comunicação, da verdade, justiça e paz. “E que nós não comuniquemos a nós mesmos e nem a nossa verdade, particularmente nós comunicadores cristãos, estejamos a serviço da comunicação do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, só aí está a verdadeira liberdade”.
Notícias Relacionadas
Bispo de Parnaíba (PI) explica o projeto "Comunhão e Partilha"
Bispos falam sobre matrimônio, a partir de documento do Papa
Dom Murilo Krieger explica como acontecem os trabalhos na Assembleia
CNBB vai elaborar documento sobre momento atual do Brasil
Bispos lembram 500 anos da Reforma Protestante e caminho ecumênico
