Bispo que participou da comissão de tradução do novo Missal destaca os trabalhos e a seriedade com que a Igreja cuida da Liturgia
Kelen Galvan, com colaboração da Mauriceia Silva
Da Redação
Na manhã desta quinta-feira, 20, os bispos reunidos na 60ª Assembleia Geral da CNBB receberam mais detalhes sobre a terceira edição do Missal Romano. Eles foram informados sobre o prazo limite para que todas as paróquias comecem a utilizá-lo.
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“Toda a Igreja no Brasil terá o prazo até o primeiro domingo do Advento para que todos os sacerdotes, todas as paróquias e dioceses, possam adquirir o novo Missal, para usá-lo obrigatoriamente a partir do Advento deste ano”, informou o bispo da Diocese de Caruaru (PE), Dom José Rui Gonçalves.
O arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, é um dos membros mais antigos da Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos, que realizou a tradução do Missal. O processo todo de tradução levou 19 anos para ser concluído.
Ele recorda que logo após a promulgação da edição típica do Missal feita pelo Papa João Paulo II, em 2002, foi determinado que cada país fizesse sua tradução.
“Nós tínhamos um grupo de peritos, que fazia a primeira tradução e depois nós da Comissão Episcopal dos textos litúrgicos tínhamos que rever e votar cada parágrafo, o que nos fez entender cada vez mais a seriedade com que a Igreja cuida da Liturgia”, lembrou.
Ele explica que este Missal que será utilizado agora é o mesmo Missal da Igreja no mundo inteiro. É apenas uma questão de tradução, de ser fiel ao latim, fiel ao português, e à proclamilidade dos textos, para que assim as celebrações possam ser melhores.
Dom Alberto contou que sempre houve uma grande unidade entre os membros da comissão e durante estes anos os trabalhos foram desenvolvidos com muita calma. “Quando veio, por exemplo a pandemia, nós resolvemos fazer uma revisão completa do princípio ao fim e com isso foi depurando, ajudando a gente a chegar aos textos mais adequados para a Liturgia”, disse.
Já no Advento deste ano, o uso do novo Missal será obrigatório. Mas antes disso, as paróquias já podem adquirir o novo livro e o uso será facultativo.
Sobre o Missal Romano
Segundo informações da CNBB, a tradução brasileira do Missal Romano começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).
A Terceira Edição Típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.
Na liturgia da Igreja, o Missal Romano é o segundo livro litúrgico mais importante. Nele, estão as orações e orientações para as celebrações eucarísticas. O Evangeliário, que traz os textos do Evangelho, é o livro mais importante nos ritos da Igreja.