Dom João Inácio Müller e Dom Roque Paloschi estiveram presentes na oitava coletiva de imprensa
Thiago Coutinho, de Aparecida
Nesta quarta-feira, 8, a 57ª Assembleia da CNBB realizou sua oitava coletiva de imprensa, no Centro de Eventos da Basílica Nacional, em Aparecida (SP). A mesa foi composta por Dom João Inácio Müller, bispo de Lorena (SP), e Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO) e Presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Dom Roque deu início à conversa com os jornalistas criticando a postura do país com relação aos cuidados com os povos indígenas.
“Das 1285 terra indígenas, apenas 304 estão em processo de regularização e outras 537 estão sendo reivindicadas pelos povos indígenas, mas sem sucesso. Muitas delas são exploradas pelo agronegócio e os garimpeiros. O povo indígena é atacado com crueldade”, afirmou Dom Roque.
“As terras indígenas são um direito constitucional. Temos esta realidade de projetos de lei que vão contra a questão da demarcação. Isto tira a possibilidade de os índios discutirem o que podem fazer com suas vidas. Tudo isto os preocupa muito”, acrescentou o religioso.
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Dom Müller falou a respeito da relação entre a Igreja e a participação do leigo, abordando a questão das Novas Comunidades:
“Antes do Concílio Vaticano II, muitos teólogos apontavam para grupos leigos que viviam uma vida consagrada religiosa e começaram a conclamar leigos e leigas que, hoje, têm direito a viver aspectos da vida inspirados no Evangelho”, disse o bispo.
O bispo da cidade de Lorena concorda que a participação das mais variadas comunidades compostas por leigos são muito importantes para que o trabalho evangelizador seja posto em prática.
“Muitos grupos não divergem da vida consagrada religiosa. Mas os bispos ainda não têm um norte para lidar com estas comunidades. A Igreja, com muita calma, deve acompanhar esses carismas.”
Uma comissão está preparando um texto sobre as Novas Comunidades, durante a 57ª Assembleia, para que sejam definidas o que são e como funcionam esses movimentos eclesiais.
“Haverá sempre novas comunidades. Mas precisamos saber como diferenciá-las e é isto que faremos nesta tarde, ao compor este texto”, afimou Dom Müller.