Iniciação cristã

Bispos apresentam à imprensa pauta da 55ª Assembleia Geral da CNBB

Jornalistas participaram da primeira entrevista coletiva desta Assembleia, que apresentou a pauta dos nove dias de reunião

Jéssica Marçal
Enviada a Aparecida (SP)

Na tarde desta quarta-feira, 26, bispos reunidos na 55ª Assembleia Geral da CNBB atenderam a imprensa em entrevista coletiva para explanar alguns dos principais assuntos que estarão em pauta nos nove dias de reunião.

Coletiva reúne jornalistas para apresentar principais pontos de discussão da 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil / Foto: Jéssica Marçal

Estiveram presentes o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha; o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer; e o bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (MA), Dom Esmeraldo Barreto de Farias.

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Dom Odilo destacou que o tema central da Assembleia, “Iniciação à vida cristã”, vai ocupar boa parte do tempo. Sobre a importância de tratar deste assunto, Dom Geraldo explicou que na sociedade de hoje, pluralista e na qual muitas vezes a família não dá conta de transmitir a fé cristã a seus filhos, a Igreja precisa rever essa questão e voltar à experiência das primeiras comunidades cristãs e ver como se faz uma caminhada para ser um cristão atuante.

A pauta da Assembleia, porém, não se resume a isso. Dom Odilo destacou que há vários assuntos a serem tratados, como a liturgia, em especial questões referentes à tradução de textos e rituais da liturgia católica. Também há espaço para apresentação de relatórios econômicos e pastorais, bem como para a palavra dos presidentes das Comissões Episcopais da CNBB.

No próximo fim de semana, haverá um retiro para os bispos, ao final do qual eles farão uma peregrinação em torno do Santuário Nacional, por ocasião do Ano Mariano, pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Nesta Assembleia, os bispos têm a oportunidade de se fazerem romeiros em Aparecida”, disse Dom Darci Niccioli, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, também presente na coletiva.

Dom Odilo informou ainda que os bispos também devem preparar notas e declarações sobre assuntos diversos, como, por exemplo, para o Dia do Trabalho, que será comemorado no próximo dia 1º, durante a Assembleia. Também está prevista uma mensagem ao Papa e ao prefeito da Congregação para os Bispos.

Documento de Aparecida

Um dos assuntos prioritários da Assembleia será a Conferência de Aparecida, que em 2017 completa 10 anos. A reunião do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), que em 2007 foi em Aparecida (SP) e contou com a presença do então papa Bento XVI, atentou principalmente para a questão missionária, o que é, ainda hoje, uma preocupação para a Igreja no Brasil.

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“A Conferência de Aparecida enfatizou a constatação de que estávamos vivendo e continuamos vivendo uma mudança de época”, disse Dom Esmeraldo, que é presidente da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB.

O bispo disse que, no anseio de viver o que foi a Conferência de Aparecida, muitas experiências foram surgindo no Brasil e algumas delas serão apresentadas na Assembleia, a exemplo da paróquia itinerante e dos ministros pastores.

Assuntos sociais

Não faltaram na coletiva perguntas dos jornalistas sobre o momento atual do Brasil. Está marcada para sexta-feira, 28, uma greve geral, sobre a qual o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, se pronunciou ontem, comentando a posição da CNBB.

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Dom Odilo reafirmou que sobre a Reforma da Previdência e Trabalhista, por exemplo, há uma série de questões a serem debatidas, mas é normal que o povo se manifeste, que haja o debate. Ele acredita que, para a CNBB, dizer que os bispos são a favor ou contra é muito simplista, é preciso diálogo e que o próprio povo se manifeste. “É importante que se dialogue, que não haja posições fechadas, porque aí podemos estar desperdiçando chances de melhorar o Brasil”.

Dom Geraldo acrescentou que, no cenário atual, vale a expressão “é preciso passar o Brasil a limpo”, uma vez que estão em jogo valores éticos e morais. Essa é uma situação, segundo ele, preocupante e desafiadora e que a Igreja no Brasil tem acompanhado com atenção.

O arcebispo de Mariana declarou ainda que a Igreja não é ONG, nem partido político, e que sua posição não é levantar bandeira de um ou outro grupo. Sua atuação está no nível do discurso ético e defesa dos valores morais e a CNBB tem se manifestado nesse sentido.

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