Dom Biasin explicou que a separação entre a Igreja Católica e os demais cristãos pode significar, inclusive, um “projeto de Deus”
André Cunha
Enviado especial a Aparecida (SP)
A Assembleia Geral dos Bispos do Brasil deu destaque, nesta terça-feira, 12, ao documento católico-luterano que lembra os 500 anos da Reforma Protestante, comemorados no ano que vem.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo, Dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), disse hoje que, apesar dos avanços nos diálogos entre as diferentes expressões cristãs no mundo, o medo de perder fiéis ainda é um empecilho para uma aproximação mais concreta. Veja a explicação do bispo:
Dom Biasin também disse que o ecumenismo não pretende reunir todos os cristãos numa só Igreja, nem mesmo trazê-los para a Igreja Católica. Segundo ele, o papel do trabalho ecumênico é favorecer o diálogo e o respeito entre os que creem no Cristo.
O bispo explicou ainda que a separação entre a Igreja Católica e os demais cristãos pode significar, inclusive, um “projeto de Deus”. Entenda:
Ao final da última sessão dos trabalhos da Assembleia desta terça-feira, 12, será realizada uma celebração ecumênica com a participação do presidente da Igreja ISLB (Igreja Episcopal Luterana no Brasil), pastor Nestor Friedrich. Dom Biasin considera o evento como uma atitude de abertura e acolhimento de toda a riqueza que as Igrejas e as religiões podem dar ao caminho de fé.
Coletiva de imprensa: Igreja e as Olimpíadas 2016
A coletiva de imprensa desta terça-feira, 12, na 54ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, também tratou da atuação da Igreja nos Jogos Olímpicos, especialmente, por parte da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
O arcebispo da Igreja carioca, Cardeal Orani João Tempesta, disse que os jogos são a oportunidade para reunir a diversidade de pessoas e países, que estejam, por ventura, separados.
Destacou ainda presença de um padre da Arquidiocese do Rio, como responsável pela Capelania que será instalada na Vila Olímpica, e que coordenará todos os trabalhos ecumênicos no local.
“Há também um trabalho previsto em que as Igrejas próximas aos locais dos jogos celebrarão Missas e promoverão atividades em diferentes línguas para os atletas e turistas”, acrescentou o cardeal.
De acordo com Dom Orani, entidades internacionais também procuraram a Igreja no Rio para parcerias, entre elas, a realização de programas sociais junto às comunidades, principalmente nas favelas.
Outra iniciativa é a celebração dos 100 dias de paz (50 dias antes e depois do jogos) com a presença dos sinais olímpicos de paz que vieram de Londres: a cruz com madeiras de diversos países e um cartaz retratando a paz.