A questão agrária foi o principal assunto discutido durante a coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, 12, na 51ª Assembleia Geral da CNBB. Os bispos preparam um documento sobre o assunto e informaram que esperam uma boa repercussão desse conteúdo na sociedade.
Para atender a imprensa, estiveram presentes o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, o bispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães e o bispo de Balsas (MA), Dom Enemésio Angelo Lazzaris. A entrevista foi conduzida pelo porta-voz da Assembleia, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa.
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Dom Enemésio, que é presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), explicou que o documento é uma continuidade de tantos outros documentos que a CNBB vem lançando há algum tempo, desde 60, 50 anos. “Já na 2ª Assembleia, em 1954, o tema central foi sobre a reforma agrária”, exemplificou.
Sobre as reações esperadas, por parte do governo e da sociedade, por exemplo, Dom Enemésio se mostrou confiante, acreditando que a repercussão será boa.
“Espera-se uma boa aceitação e repercussão desse documento em todas as camadas da nossa sociedade. Nem sempre a nossa voz é divulgada e acolhida, mas nós, sem nenhuma pretensão, esperamos que o documento chegue nas mãos dos deputados, senadores, ministro da justiça. (…) Se a gente observar, não temos mais tantas vozes gritando pelos direitos das pessoas, mas a Igreja ainda tem um espaço importante. Esperamos e acreditamos que alguma coisa boa, algo novo, poderá aparecer”
Nesse aspecto, o arcebispo de Mariana reforçou o papel que a Igreja desempenha. “Esse documento quer ser um grito dos que pedem socorro . A Igreja está sendo porta-voz dos sem voz. Claro que esse documento vai provocar reações porque toma posição clara e definida, esperamos que ele tenha repercussão no Congresso Nacional, que ele certamente possa contribuir para debate mais amplo na própria sociedade e queremos que ele não só seja um alento para os que vivem essa situação dramática, mas que fortaleça os movimentos sociais”, destacou Dom Geraldo.
Bispos emérito e Pastoral Vocacional
Outro assunto abordado na coletiva foi a questão dos bispos eméritos. Esses bispos são aqueles que completaram 75 anos e não estão mais na ativa em suas dioceses. Dom Pedro Brito informou que já existe hoje na CNBB uma Comissão para cuidar especificamente dos eméritos.
Dom Pedro comentou ainda da situação das pastorais vocacionais hoje, dos desafios encontrados por elas. O bispo explicou que a pastoral vocacional sofre como qualquer outra com as mudanças de época.”Eu não acredito que Deus não chame mais, como Ele me chamou. Deus continua chamando, mas Ele respeita a liberdade, a resposta de cada um”, disse.