Educação religiosa

Apresentar Jesus às crianças é papel dos pais, afirma bispo

“É imprescindível que os pais levem a sério essa responsabilidade, não apenas encaminhando a outras pessoas, mas eles diretamente dedicando-se a essa educação religiosa que é feita em grande parte de palavras, mas também de gestos”. Foi o que afirmou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família, Dom João Carlos Petrini, sobre a educação religiosa que o pai e a mãe devem oferecer aos filhos.

De acordo com Dom Petrini, as crianças aprendem por “osmose”, ou seja, observando e absorvendo o exemplo dos pais, assim como as palavras que lhes dirigem. Para o bispo, a catequese mais eficaz é aquela dada pela família e a ideia de colocar somente sob a responsabilidade dos catequistas os ensinamentos sobre a religião é equivocada.

“A palavra do pai e da mãe tem um valor incomparavelmente maior do que um ano inteiro de catequese com a melhor catequista”, afirmou. Na opinião do bispo, a grande dificuldade para a transmissão da fé, dos pais para os filhos, no âmbito da família, está nas prioridades que pai e mãe têm.

“Os pais são muito absorvidos pelo trabalho fora e quando chegam em casa dão prioridade a outras coisas e, acaba ficando esquecida esta dimensão fundamental na primeira infância que é a educação religiosa”, destacou Dom Petrini.

A criança aprende a conhecer o Invisível e a presença de Deus em sua vida cotidiana através do pai e da mãe, explica o bispo. Segundo ele, se os pais dedicarem poucos minutos por dia aos filhos para lhes comunicar Jesus, certamente isso será lembrado pelos filhos por muitos anos.

“Sempre imagino um pai que leva a criança até a Igreja, pega-lhe no colo, chega lá na frente e apresenta Jesus: esse é Jesus, Ele está na Cruz para mostrar que nos ama até o ponto de ficar na cruz a nosso favor. Mas ele ressuscitou! Está aqui! Veja esta luz, aqui é Jesus. Num minuto ele apresenta Jesus à criança. Eu garanto que quando aquele menino tiver 60 anos, tiver problemas graves de saúde, tiver conflitos a enfrentar, etc, lembrará aquele momento como um momento de conforto e de luz e que continuará a dar consolo a ele para sempre”, exemplificou Dom Petrini.

Como trabalhar a evangelização dos pais?

“As paróquias poderiam difundir a ‘Hora da Família’, valorizar a Semana da Família, a temática escolhida para este ano e retomando este tema em outros momentos, por conta própria”, sugeriu Dom Petrini. O bispo propõe ainda que os padres façam exortações aos pais durante a Missa, como forma de orientá-los para a educação dos filhos acerca da fé.

“É um trabalho que fazemos para evangelizar que precisa ser reinventado, usarmos a criatividade para apresentar Jesus às crianças”, disse.

Vida e Família são assuntos da plenária desta segunda-feira, 15, na Assembleia dos Bispos, que acontece em Aparecida (SP) desde o dia 10.

              

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