Diante de questões polêmicas que acabam envolvendo o cunho religioso, como aborto e eutanásia, o ensino religioso pode ser um auxílio na forma como a sociedade recebe tais assuntos. A educação, de forma geral, também é um dos assuntos que deve ser abordado durante a 50ª Assembleia Geral dos Bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que está sendo realizada desde o dia 18 até o dia 26 de abril em Aparecida (SP).
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, informou que a CNBB já possui alguns projetos relacionados à educação, em especial ao cuidado na formação dos professores.
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“Trabalhamos com professores de instituições católicas e da rede pública, porque o interesse da Igreja é que nós tenhamos uma educação de qualidade em todo os aspectos”, disse.
Sobre a forma como a educação religiosa pode auxiliar em questões polêmicas, como aborto e eutanásia, Dom Joaquim ressaltou o papel da Igreja na formação da consciência das pessoas. “Eu acho que chegará um tempo em que a Igreja terá como campo prioritário aquilo que ela sabe fazer e fez em toda a história do cristianismo, que é a formação da consciência”.
O bispo ressalta que, mesmo que a lei permita algumas situações, como o aborto, a decisão final deve vir da consiência da pessoa. “A educação, o ensino religioso, a comunidade eclesial, os homens e mulheres de boa vontade têm muito a contribuir para a formação da consciência”.
Em relação ao papel da família na educação religiosa, o presidente da Comissão para Vida e Família da CNBB e bispo de Camaçari (BA), Dom João Carlos Petrini, destacou alguns problemas existentes nessa atuação. “Um pouco pela pressão do trabalho, cria-se situações em que a criança não é acompanhada nessa questão religiosa que é importantíssima”.
Ele completou ressaltando a importância dos pais na vida religiosa de seus filhos. “É muito bonito quando um pai pode pegar sua criança no colo, levá-la à Igreja e apresentá-la a Jesus. Isso marca a consciência da criança muito mais que 70 horas de catequese”.
Problemas
Embora a Igreja auxilie nesse processo de educação religiosa, Dom Joaquim alertou para o fato de que muitos outros fatores também atuam nesse processo, mas formando a consciência de outra maneira.”A consciência, por exemplo, da permissividade: vale tudo desde que você satisfaça seus interesses”, observou.
Para a formação da consciência, o bispo afirmou que a Igreja trabalha a partir do Evangelho, dos testemunhos das pessoas, mobilizando as comunidades e também por meio dos meios de comunicação.
“Eu acredito que, assim como Jesus ajudou a formar consciências diferenciadas no seu tempo, nós, que somos discípulos do Senhor, também haveremos de conseguir formar consciências muito lúcidas para viverem no tempo de hoje”, finalizou.