Neste ano o tempo de Advento só começa em dezembro, com este primeiro domingo do mês, que é também o primeiro do novo ano litúrgico. Em princípio são sempre quatro domingos de preparação para o Natal. Mas como desta vez a noite de Natal será numa segunda-feira, o Advento propriamente se reduz a três semanas. Isto é, o Natal está ainda mais próximo do que imaginamos.
Natal faz logo pensar na ativação do comércio, com as promoções tradicionais desta época do ano. Mas a Igreja do Brasil pensa na sua missão. Ela promove a Campanha para a Evangelização.
Lentamente esta campanha vai se inserindo na tradição, motivando para os verdadeiros objetivos para os quais foi pensada: levar a Igreja a assumir sua responsabilidade missionária, a começar pelo próprio Brasil.
O desafio que se desenha com mais urgência é a Amazônia. Seja pela importância desta região, que atrai cada vez mais os olhares preocupados do mundo inteiro. Como sobretudo pelo compromisso da Igreja de manter sua presença neste vasto território, garantindo os serviços religiosos e sobretudo assegurando a autêntica pregação do Evangelho para suas populações.
Até pouco tempo atrás a presença da Igreja na Amazônia era pensada em parceria da Igreja local com diversas congregações religiosas, que enviavam do exterior missionários para a Amazônia. Foi assim que a Igreja Católica lançou suas raízes na Amazônia, e prestou um valioso serviço para o país, levando aquela vasta região a se identificar como território brasileiro, sobretudo pela vinculação que foi se estabelecendo entre as missões na Amazônia com a dinâmica da vida nacional de nosso país.
A Igreja Católica, por sua presença e atuação na Amazônia, ajudou a desenhar o mapa do Brasil, com os contornos que hoje são reconhecidos e aceitos internacionalmente. As missões na Amazônia foram se constituindo como pontos avançados de presença brasileira, que acabaram sendo referência para a definição das fronteiras.
Foi neste contexto de colaboração eclesial que, por exemplo, a Abadia de São Bento, do Rio de Janeiro, ficou durante longo tempo incumbida de manter os serviços eclesiais no território que hoje coincide com o Estado de Roraima.
Agora, as circunstâncias mudaram. Elas apontam com muita clareza para a responsabilidade da Igreja Católica do Brasil em garantir a continuidade de sua presença na Amazônia. Pois os missionários estrangeiros estão diminuindo rapidamente. Mas sobretudo vai emergindo a necessidade de reforçar os laços de comunhão da Amazônia com todo o país, e de novo a Igreja Católica pode prestar um valioso e indispensável serviço, fortalecendo os vínculos da Igreja da Amazônia com a Igreja em todo o país, através da presença de missionários brasileiros em terras amazônicas.
Com sua presença e atuação, a Igreja prestará sobretudo o precioso serviço da pregação autêntica do Evangelho, para uma região que precisa ao mesmo tempo preservar sua fisionomia própria, e sentir-se fortalecida pela solidariedade nacional e continental. A Igreja da Amazônia precisa dos serviços da Evangelização. Cabe à Igreja do Brasil atender a este apelo missionário.