Após Missa

Arquidiocese do RJ e ICMBio assinam acordo e protocolo de intenções

Protocolo de Intenções e Acordo de Convivência visam fortalecer a integração entre o meio ambiente e os valores culturais, históricos e religiosos

Da redação, com informações do Santuário Cristo Redentor – Morro do Corcovado

Cardeal Orani Tempesta e o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante assinatura dos documentos/ Foto: Reprodução Santuário do Cristo Redentor

A Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, assinaram na manhã desta segunda-feira, 4, um Protocolo de Intenções e um Acordo de Convivência. O presidente da República, Jair Bolsonaro, e demais autoridades políticas e religiosas participaram da cerimônia.

Os documentos visam compatibilizar as atividades da Mitra com os objetivos institucionais do ICMBio. A proposta é fortalecer a integração entre o meio ambiente e os valores culturais, históricos e religiosos.

A assinatura do protocolo e do acordo aconteceram após Missa presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. A celebração ocorreu aos pés do monumento do Cristo Redentor.

Segundo o bispo, a assinatura dos documentos foi um momento bastante esperado pela Arquidiocese. “Mostra o interesse comum por um bem importante para o Brasil. (…) É muito bom chegar a um denominador comum para esse trabalho e missão”, disse.

O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, reforçou que o acordo é histórico e representa uma solução definitiva: a Igreja agora fará a gestão do espaço do Cristo Redentor de forma concreta e permanente e, do outro lado, o ICMBio manterá suas competências de administrar o Parque Nacional da Tijuca.

Presente na cerimônia, o presidente destacou o simbolismo deste protocolo/ Foto: Reprodução Santuário do Cristo Redentor

100 anos da Pedra Fundamental do Cristo Redentor

Neste ano é celebrado o Centenário da Pedra Fundamental do Cristo Redentor (8 de setembro). Festividade ressaltada por Dom Orani durante a homilia.

“Comemoramos 100 anos que nossos antepassados tiveram a feliz ideia de construir no alto do Corcovado a imagem do Cristo Redentor”, frisou.

O cardeal recordou que idealizadores do monumento falavam que chegaria um tempo em que ninguém iria ao Rio de Janeiro sem ver o Cristo Redentor. “Ele simboliza o nosso país”, indicou.

De acordo com o arcebispo, o povo brasileiro juntamente com a Igreja construiu esse monumento e o mantém até hoje.

Cristo: luz do Brasil e do mundo

Ao citar o evangelho do dia, Dom Orani ressaltou o que disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12).

O bispo reforçou, então, que Cristo é a luz da vida. “Ele [Jesus] está presente na vida e na história da nossa cidade e do nosso país”, afirmou.

Por fim, o cardeal frisou que o momento litúrgico foi realizado como forma de agradecimento aos antepassados, à Igreja e a todos os governantes que tornaram o monumento uma realidade.

“Recordar a luz que deve brilhar sobre cada um de nós para termos mais justiça, paz e fraternidade”, finalizou.

Protocolo de Intenções

O Protocolo de Intenções envolve interesse mútuo no ordenamento público do parque, na preservação da biodiversidade da Unidade de Conservação e na mitigação dos impactos ambientais.

O documento ainda prevê a manutenção e acessibilidade ao Morro do Corcovado e ao Santuário Cristo Redentor. Também garante a definição de estratégias para a gestão do Parque Nacional da Tijuca, que incluam os valores intangíveis ligados ao patrimônio natural, levando sempre em conta a espiritualidade e a preservação da natureza.

Com prazo de dez anos, o protocolo será executado por meio da elaboração de projetos formalizados e definidos em um plano de trabalho aprovado pela Mitra e pelo ICMBio. As ações levarão em consideração o papel social do Parque da Tijuca na perspectiva ambiental, turística e sagrada.

Gestão conjunta

A prática religiosa antecede a criação da Unidade de Conservação. O Cristo Redentor foi inaugurado no dia de Nossa Senhora de Aparecida, no ano de 1931.

O Parque Nacional da Tijuca foi criado 30 anos depois pelo Decreto no 50.923, em 6 de julho. Portanto, a Igreja Católica é parte integrante da unidade. No alto do Corcovado, a gestão do parque nacional é conjunta e não dispensa o respeito ao sagrado.

Com 39,51 km2, o Parque Nacional da Tijuca recebe cerca de 3 milhões de visitantes em áreas do antigo Maciço da Tijuca. Estão entre as áreas: Paineiras, Corcovado, Tijuca, Gávea Pequena, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca, e no Santuário Cristo Redentor. 

A Unidade de Conservação é responsável pela proteção da maior floresta urbana do planeta, rica em biodiversidade, sendo fonte de pesquisas científicas para várias universidades.

Impacto econômico e despesas

Segundo um estudo de impacto econômico elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, o monumento ao Cristo Redentor leva mais de R$ 1,5 bilhão por ano ao estado do Rio de Janeiro. Uma força simbólica que, além do aspecto religioso, tem uma função social importante. E que demanda cuidados também: em 2021, foram gastos R$ 9 milhões para manter o Cristo Redentor.

Os dados são comentados pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, em entrevista ao Jornalismo Canção Nova para o Repórter Canção Nova sobre o Cristo Redentor, exibido no último domingo, 3 (assista acima). 

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