Santuário Senhor Bom Jesus do Livramento será elevado à categoria de Basílica Menor
Arquidiocese de Juiz de Fora
Acolhendo o pedido do arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, a Santa Sé aceitou conceder à Paróquia Senhor Bom Jesus do Livramento, de Liberdade (MG) a honraria de ter o seu Santuário Arquidiocesano elevado à categoria de Basílica Menor. O mesmo título cabe, por exemplo, à “igreja velha” de Aparecida (SP) e à Igreja do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).
A notícia foi recebida por Dom Gil na última quarta-feira, 4 de julho, em carta enviada pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. “A concessão deste título a esta importante igreja, intensificando o vínculo particular com a Igreja de Roma e com o Santo Padre, é um incentivo a promover a sua exemplaridade como verdadeiro centro de ação litúrgica e pastoral na Diocese”, afirmou o secretário da Congregação, Arthur Roche, na carta enviada ao arcebispo de Juiz de Fora.
Esta será a primeira Basílica Menor dessa Igreja Particular. O título concedido pelo Papa Francisco leva em consideração as características arquitetônica, histórica e de devoção popular do templo religioso, além da importância para a vida litúrgica e pastoral. No caso de Liberdade, a concessão do título foi também fundamentada na antiquíssima veneração à sagrada imagem do Bom Jesus do Livramento.
Dom Gil recebeu com muita alegria a resposta ao seu pedido, feito em 19 de março deste ano. “É um título que honra aquela igreja, a destaca como uma igreja modelar. Um título dado pelo Papa é sempre um símbolo da nossa fidelidade, do nosso amor filial, da nossa solidariedade com o sucessor de Pedro”.
Segundo o reitor do Santuário Senhor Bom Jesus do Livramento, Padre Ivair Carolino, a notícia causou muito impacto na cidade. “Foi com muita alegria que nós recebemos essa notícia, foi motivo de júbilo para os libertenses, e eu já me considero como tal. Para nós, será motivo de mais trabalho, no intuito de acolher melhor os romeiros e devotos que passam pelo santuário ao longo do ano”.
Pequenas mudanças e adequações
O Santuário receberá oficialmente o título de Basílica Menor no próximo dia 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz e quando também é celebrado o seu padroeiro. Até lá, a igreja deverá passar por pequenas mudanças, para se adequar às normas litúrgicas e pastorais apontadas pelo Concílio Vaticano II e, mais recentemente, pelo Decreto Domus Ecclesiae.
O templo ainda receberá dois símbolos que caracterizam as basílicas menores: a umbela e o tintinábulo. Segundo Dom Gil, o primeiro deles, uma espécie de grande guarda-chuva com enfeites litúrgicos, representa “a proteção de Deus que a Igreja deve ser para os seus fiéis”. O tintinábulo, por outro lado, é um pequeno sino que atua “como a voz de Deus que chama o povo para a oração e para ouvir a Sua palavra”.
O município de Liberdade possui, segundo a última projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5.300 habitantes. A cada ano, o local acolhe de 15 a 20 mil pessoas no dia 14 de setembro. Além disso, todos os meses passam pela igreja aproximadamente quinhentos visitantes, atraídos pelas obras de arte atribuídas a José Joaquim da Natividade e pela imagem do Bom Jesus, única no Brasil.
Vale destacar que só existem quatro igrejas com o título de “Basílica Maior”, todas elas situadas na cidade de Roma: São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros. As demais ostentam o título de “Basílica Menor” e existem cerca de 1.500 ao redor do mundo.
A Catedral, por sua vez, é a igreja que tem primazia e maior dignidade na Diocese, porque nela está a Cátedra (cadeira) que representa o magistério e autoridade do Bispo, em comunhão com a Cátedra de São Pedro, em Roma. Guardam importância, também, as igrejas paroquiais e alguns lugares de peregrinação de fiéis: a estes o bispo pode conceder o título de Santuário, como ocorreu em Liberdade, em 14 de setembro de 2005.