Sinos de todas as igrejas da arquidiocese tocarão hoje, às 15h, em memória aos mortos pela Covid-19; em seguida haverá momento de oração e homenagem
Da redação, com CNBB
Esta quinta-feira, 16, ficará marcada na memória da Arquidiocese de Goiânia como a data em que todos pararam para rezar por aqueles que sofreram com as consequências da pandemia do coronavírus.
Às 15h de hoje, os sinos de todas as igrejas da arquidiocese tocarão suplicando a Deus o conforto para os familiares e a felicidade eterna para os falecidos. Cinco minutos depois do badalar dos sinos, haverá um momento de oração do Santo Terço da Misericórdia e homenagem aos irmãos e irmãs que partiram na esperança da ressurreição.
O terço será conduzido pelo bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Silva Arantes, direto do Carmelo da Santíssima Trindade e da Imaculada Conceição, em Trindade (GO). O momento será transmitido ao vivo pelas redes sociais da arquidiocese: @arquidiocesedegoiania. “A expectativa é de que as paróquias e comunidades que possuem os sinos acolham esse chamamento à solidariedade e à oração. Que os sacerdotes e fiéis, neste dia, elevem suas orações em sufrágios das almas dos falecidos e supliquem o conforto das famílias enlutadas”, afirmou, em entrevista, Dom Moacir. Ele ressaltou ainda que as paróquias que não tiverem os sinos, poderão reproduzir os sons deles por seu sistema de áudio.
O momento integra o Projeto Somos Um, iniciativa com essência solidária, cujo objetivo é destacar o trabalho já desenvolvido pela Igreja em Goiânia e, a partir da proximidade, do diálogo e do espírito de comunhão com toda a sociedade, potencializar as ações, suscitando o cuidado e a responsabilidade com o outro, a partir do relacionamento entre as pessoas.
Escolha da data e significado dos sinos
A data escolhida, 16 de julho, Dia de Nossa Senhora do Carmo, foi proposital, segundo Dom Moacir, porque a devoção a ela está ligada à busca dos eremitas por oração, que se dirigiram ao Monte Carmelo, na Terra Santa. “A oração é um meio eficaz de colaborarmos não somente com a conversão, mas também com a transformação da realidade”, destacou.
Ele comentou também que os sinos foram escolhidos por tratar-se de uma forma muito antiga de comunicação na Igreja utilizado para chamar para os momentos da vida comunitária e dentro dos mosteiros; depois passou a fazer parte da vida das paróquias. “Os sinos, na Igreja, desde o século V, sempre foram vistos como uma forma de comunicação. Seu som também era utilizado para comunicar as festas da comunidade (repicado e toque mais alegre) e momentos de tristeza, como os funerais. Até hoje, para nós, católicos, os sinos são tocados para chamar nossa atenção para tempos importantes (consagração, presença do Santíssimo Sacramento, a hora da Missa e do Angelus). Existe, inclusive, a bênção própria para sinos de igrejas”.
O dia 16 de julho, ainda conforme Dom Moacir, responde ao pedido de Jesus aos discípulos “Que sejam um”. Na Igreja de Goiânia, o badalar dos sinos, será uma importante ação solidária neste tempo de sofrimento e de falecimento de tantas pessoas vítimas da Covid-19.
“Não podemos ser solidários apenas com os que conhecemos pessoalmente. Nossa solidariedade não deve esperar o sofrimento chegar à nossa carne para nos dispormos a ir ao encontro dos que sofrem. A pandemia nos chama a um grande movimento de solidariedade diante do sofrimento de toda a humanidade e, principalmente, das pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Pois, se estamos todos enfrentando a mesma tempestade, não estamos todos no mesmo tipo de barco. Alguns estão isolados em grandes barcos tranquilos e outros estão em pequenas canoas e não podem suportar o momento. Sofrermos juntos significa sentir em nós a dor do outro e permitir que essa dor, como o samaritano, nos mova para agirmos com misericórdia”, explicou.