Fogueira acesa, coração em oração. No Nordeste, a festa de São João une religiosidade e tradição popular em um dos momentos mais marcantes do mês de junho.
Reportagem de Silas Santos e Sidiclei Sales
São João, precursor de Jesus Cristo. No Nordeste esta é uma das solenidades mais populares. Nas festas juninas, celebradas desde o dia de Santo Antônio, a fogueira é um dos principais símbolos dessa tradição.
Da Arquidiocese de Aracaju, o padre Valtewan Cruz explicou a importância. “Como a gravidez de Isabel foi algo extraordinário, uma pessoa idosa e estéril, então todos os aldeões ali da região ficaram realmente impressionados e imaginando quem nasceria fruto de um milagre tão grande. Então pediram que quando a criança nascesse, colocasse um sinal. Então decidiram acender uma pequena fogueira para que então todo mundo se alegrasse com aquele nascimento. Então entra nos foguetos e na tradição de São João”.
Em Aracaju os fiéis sobem à colina para pedir a intercessão de Santo Antônio, seja pela saúde, emprego ou até mesmo por um casamento. “Considerado, através da sua ladainha arca do testamento, martelo dos hereges e carinhosamente também chamado, o santo do mundo inteiro, pela sua popularidade e pelo amor que as pessoas têm a Santo Antônio”, contou, também da Arquidiocese de Aracaju, o frei Francisco Edson.
Guardião das Chaves do Céu, primeiro papa da Igreja e padroeiro dos pescadores. A celebração do santo junino se encerra no próximo dia 29 com a festividade de São Pedro. Nesse mesmo dia, os devotos também celebram o apóstolo Paulo. Os dois santos são considerados pilares da igreja.
“‘Eu farei de vós um pescador de almas para o meu reino’. Então São Pedro, nesse tempo, junino também para nós aqui da cultura nordestina, é muito forte, porque ele, juntamente com o apóstolo São Paulo, fecha o ciclo junino das festas juninas, que começou lá com o Santo Antônio”, concluiu o padre Anderson Gomes sobre as festas.