As operações das empresas de táxi aéreo estão comprometidas no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Uma restrição da Agência Nacional de Aviação (Anac) proíbe os pousos e decolagens chamados de oportunidades. Ver aviões de pequeno porte pousando ou decolando é uma cena que ficará cada vez mais difícil de se ver no terminal.
A determinação da Anac em restringir os slots vai atingir um dos mercados mais lucrativos do país, dos táxis aéreos. Os slots são horários previamente aprovados para uma aeronave. Se uma companhia aérea cancela uma viagem, por exemplo, cria um slot de oportunidade, ou seja, um horário aprovado e não usado.
As empresas de táxi aéreo aproveitam essas brechas para levar os clientes a seus destinos. "Ficará praticamente impossível
as empresas de táxi aéreo se programarem. Elas sobrevivem exatamente deste público que precisa voar com urgência e não encontra vôos regulares", explica Adalberto Febeliano da Costa, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG).
O cancelamento também afeta os negócios das empresas de hangares, instaladas no Aeroporto de Congonhas. Há pelo menos 14 galpões ali. Em 1985, quando foi inaugurado o Aeroporto de Guarulhos, Congonhas ficou sem movimento. Segundo Febeliano, estas empresas foram a salvação do aeroporto que agora menospreza o serviço.
Um levantamento mostra que cerca de 1.800 pessoas trabalham diretamente em Congonhas ligados a aviação geral. Os hangares oferecem, entre outros serviços, uma equipe que cuida de manutenção, limpeza e reabastecimento das aeronaves. "Nós infelizmente não temos em São Paulo outro aeroporto que tenha condições de atender o nosso serviço. Em Cumbica, por exemplo, as aeronaves só podem ficar em solo por duas horas ou seja, o avião traz um executivo de Recife por exemplo, tem de desembarcá-lo, levantar vôo, ir para outro lugar e no final da tarde voltar para Cumbica para levá-lo de volta. Isso é praticamente inviável. Já no Campo de Marte não há procedimentos por instrumentos ou seja, se não houver condições visuais,
a aeronave não pode pousar ou decolar", explica o presidente da entidade.
Segundo a Associação Brasileira da Aviação Geral, os meses de dezembro e janeiro são considerados fracos para as companhias de táxi aéreo. Mas mesmo assim, as empresas que operam em Congonhas temem que um dia, os aviões de pequeno porte sejam definitivamente proibidos de operar no aeroporto.