Qualidade de vida

Amor e solidariedade ajudam pacientes com câncer de mama

O Governo Federal liberou, na última semana, a entrega gratuita de um medicamento importante no combate ao câncer de mama: o Trastuzumabe. O remédio tem eficácia comprovada na redução de mortes, mas o trabalho de grupos de apoio continua a garantir maior qualidade de vida aos pacientes.

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Trastuzumabe é um composto de um medicamento utilizado somente de forma interna nos hospitais para o combate ao câncer de mama.

O remédio será distribuido gratuitamente pelo governo federal e deve beneficiar 20% dos pacientes. Uma ajuda importante, acredita
Priscila do Carmo R. Rocha.

"Eu acho muito importante o Governo estar se empenhando e estar dando essas oportunidades para que não tem condições de ter um plano de saúde", afirma.

A enfermeira descobriu que tinha a doença três anos atrás. Teve receio. "Fazia um ano e meio que eu tinha perdido meu pai, de câncer. Então, foi um pouco turbulento", recorda Priscila.
 
No Brasil, surgem por ano mais de 56 mil casos de câncer de mama e mais de 12 mil mortes por causa da doença, mas Priscila enfrentou o problema e hoje está curada. "Eu agradeço muito a Deus por ter me dado força e ter colocado amigos e família ao meu redor", destaca.

Mas em muitos casos a burocracia pode dificultar a entrega desses medicamentos. "De 30, 60 dias, dependendo do medicamento, se for um medicamento de altíssimo custo, pode até ser que demore mais", explica a assistente social Caroline Tamoto Paiva Villalta.  

O Trastuzumabe é um remédio de alto custo, mas reduz as chances de morte em até 22%. Nada comparável a um outro tipo de medicamento que o Estado não pode oferecer: carinho. O melhor aliado contra um tipo de câncer que mais atinge mulheres no planeta.

Terapia de Grupo ajuda. "Os pacientes falam da sua doença, recebem orientação, compartilham com os outros colegas do grupo a doença. E eles aprendem com a experiência uns dos outros", disse a psicóloga Viviane Braz da Costa.
 
A dona de casa, Vanderleia dos Santos, também teve medo quando soube da doença. Esse tipo de câncer afeta mais o sentimento do a parte física.

"A gente que é mulher é difícil. Eu tinha cabelo comprido, aí você fica sem cabelo, sem a mama… foi muito difícil pra mim", conta Vanderleia.  

A assistente social de uma importante casa de apoio entende que somente o trabalho diversificado de profissionais pode garantir uma recuperação concreta.

"Os pacientes necessitam desse carinho também da parte da saúde. Às vezes, um médico que não trate bem, que seja arrogante, o paciente já fica deprimido, já pensa que o médico não está 'nem aí' para ele, porque não tem mais jeito. Quantas vezes já ouvi isso nos meus atendimentos… então, o carinho é muito importante para esses pacientes oncológicos", explica Caroline Tamoto.
 
Amparo: composto distribuído gratuitamente nos grupos de apoio a quem tem peito aberto para entender a possibilidade de crescer
como pessoa quando surge um desafio.

"Antigamente, isso para mim seria uma pedra no meu caminho, que iria me atrapalhar muito. E hoje, depois de tudo o que eu passei, eu descobri que ele foi um degrau para eu melhorar", partilha Vanderleia.

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